Quando se fala em “Final Fantasy”, é impossível não pensar no sucesso da franquia e em como há milhares de fãs espalhados pelo mundo. Considerando isso, quando um novo game é anunciado, com certeza há um hype gigantesco criado.

Esse deve ter sido justamente o caso de “Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin”. O título foi anunciado como um RPG com elementos soulslike. Só isso já deveria ser sinônimo de sucesso, certo? Mas não é bem isso que acontece.

Abaixo, você confere nossa opinião sobre o game que chegou no último dia 18 de março para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X.

História

Final Fantasy

Imagem: Divulgação

No game, controlamos Jack que – e aqui é uma coisa que me incomodou bastante -, conhece Ash e Jed por acaso e, por terem um elemento específico em comum, resolvem se unir para derrotar uma grande e misteriosa ameaça chamada Caos. Para isso, eles formam os Guerreiros da Luz.

“Stranger of Paradise”, apesar de não se vender assim, é uma espécie de remake do primeiro “Final Fantasy”. Portanto, diversos elementos remetem ao game original – infelizmente, em alguns casos, não de uma forma boa.

O restante do roteiro é um mistério. É possível procurar alguns itens colecionáveis pelas dungeons do game que permitem ter vislumbres da história e ir montando o “quebra-cabeças” do enredo.

Obviamente, tudo se esclarece no fim, com um final bem-amarrado e com várias respostas sobre diversas questões. Porém, passar o título todo com um protagonista que, quando alguém vai contar algo sobre a história interrompe o interlocutor, pode ser um pouco incômodo.

Mecânicas e dungeons

Agora chegamos a uma das características mais legais do game: as mecânicas. Há um esquema de Jobs, que conta com árvores de habilidades distintas e permitem que os jogadores personalizem a experiência de jogo de acordo com o que acharem melhor.

Portanto, é possível focar em um Job com magias ou em algum de força bruta. Ao todo, são 28 que podem ser trocados de acordo com a necessidade.

Final Fantasy

Imagem: Divulgação

Outro elemento – que é interessante e pode ser também um problema – são as dungeons. O título não tem um mundo para ser explorado. A história é toda contada por meio das dungeons que, conforme se avança, são liberadas.

Portanto, não há tanta liberdade de movimentação e exploração. Mesmo assim, é possível voltar em uma dungeon anterior e passar por ela novamente em busca de equipamentos melhores para seu personagem. Isso porque a taxa de drop e os itens são dados de forma aleatória, fazendo com que o jogador tenha de fazer uma rota de farm para sobreviver à aventura.

Final Fantasy

Imagem: Divulgação

Uma ideia interessante é que, conforme mais difícil o nível de dificuldade escolhido, melhores serão os equipamentos deixados pelos inimigos. Porém, é importante lembrar que, como se trata de um game com inspiração em jogos da saga souls, quanto maior a dificuldade, mais implacáveis serão os inimigos – mas a recompensa pode ser melhor também.

Final Fantasy

Imagem: Divulgação

Apesar de contar com cinco integrantes ao todo – que podem ser alternados quando se encosta no ponto de salvamento -, o jogador pode andar pelos cenários com mais dois colaboradores. Eles podem ser controlados pela inteligência artificial do jogo ou por mais dois amigos, o que torna a experiência mais legal.

Ainda citando os pontos de salvamento, após ativar algum, os inimigos são revividos, fazendo com que seja necessário matá-los novamente para prosseguir – o mesmo vale se o personagem morrer.

Questão gráfica

Agora vem uma questão delicada em “Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin”. Os gráficos são bastante questionáveis em vários momentos.

Stranger of Paradise - Final Fantasy

Versão de PlayStation 4

Para esta análise, baixei as versões de PlayStation 4 e 5 do game. Em ambos os casos, mais no da geração anterior, as texturas são embaçadas e os personagens apresentam serrilhados em seu design.

Stranger of Paradise - Final Fantasy

Versão de PlayStation 5

As animações da história são lindas e mostram o cuidado na produção do game, mas quando a situação muda e o jogador começa a controlar o personagem, a qualidade cai e pode ser bastante incômodo em alguns momentos.

Trilha sonora

Por outro lado, a trilha sonora é algo a ser aplaudido. Muitos fãs vão reconhecer músicas icônicas de toda a saga que foram refeitas para este título. Portanto, é comum andar pelas dungeons e ter uma nostalgia por conhecer aquela música de fundo – embora em outro cenário e com elementos diferentes.

Conclusão

Final Fantasy

Imagem: Divulgação

“Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin” é um jogo divertido em suas mecânicas, mas que peca em diversos aspectos técnicos e de narrativa. Pode ser um prato cheio para os fãs de “Final Fantasy”, mas eles devem pesar se o fator nostalgia supera as questões apresentadas.

De qualquer forma, trata-se de uma nova e interessante roupagem para o primeiro game da saga, lançado lá em 1987.

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