Like a Dragon: Ishin! foi lançado originalmente em 2014 como um spin-off da franquia Yakuza e logo chamou a atenção por conta de abordar samurais. Já neste ano, o jogo finalmente saiu do Japão e foi localizado para o Ocidente com um remake.

O TecMasters recebeu uma cópia de Like a Dragon: Ishin! para PCs e conta a seguir o que achou neste review. Confira!

Like a Dragon: Ishin! tem histórica rica em detalhes

A história Like a Dragon: Ishin! se passa na década de 1860 no Japão, sendo que o seu foco está entre samurais que tem ambição por poder e entre samurais que querem tempos mais tranquilos. Além disso, a história mostra o Ocidente como uma espécie de vilão que trouxe conflito ao povo japonês.

O personagem principal do jogo é Ryoma, um samurai que vê o homem que o criou sendo assassinado de forma brutal por um samurai mascarado com um estilo de luta peculiar chamado de Tennen Rishin. Após o acontecimento, devido a chegada repentina das autoridades, Ryoma se vê obrigado a fugir e viver praticamente como um renegado.

Like a Dragon Ishin - História

Imagem: reprodução/TecMasters

Após isto, é claro, tendo o estilo de luta do inimigo como sua única pista, Ryoma parte em busca de saber quem é este homem para obter sua vingança.

Assim como os outros jogos da franquia Yakuza, Like a Dragon: Ishin! não inova tanto em sua história e traz a vingança como a principal motivação para os jogadores. Honestamente, eu não acho isso ruim e até acharia estranho caso uma abordagem muito diferente surgisse.

A história de Like a Dragon: Ishin! é contada na maior parte do tempo com diálogos muitos longos e que não tem muita interação com o jogador, ou seja, não temos muitas opções de escolhas ao longo do caminho. Além disso, o título apresenta muitos personagens, sendo que alguns que eram para ser grandes não me marcaram, devido a sua aparição por pouco tempo.

Like a Dragon Ishin - História (2)

Imagem: reprodução/TecMasters

A história, além de ser bem elaborada, também é bem desenvolvida e não demorou muito para me empolgar. Devido ao grande número de detalhes abordados, o jogo traz até um glossário para que nós não fiquemos perdidos por esquecer o que um termo significava.

A minha maior crítica fica por conta do jogo não ter uma tradução para o português, que aliada a diálogos longos, faz com que a gente canse de ler tanto. Não apenas isso, os diálogos têm uma velocidade fixa, que não é das maiores, ou seja, nem adianta querer pular algo caso já esteja cansado.

O tempo da campanha, para o meu gosto, está na medida certa. Sem fazer muitos eventos paralelos, dos quais falaremos a seguir, a campanha dura entre 25 e 30 horas.

Eventos paralelos são legais, mas há um excesso

Novamente, assim como na série Yakuza, Like a Dragon: Ishin! traz uma grande variedade de eventos paralelos que podem ser feitos. Ao andar pelos cantos de Kyo, não é incomum encontrar um grupo dançando ou mexendo com alguém esperando para que uma interação comece.

Esses eventos paralelos, absurdos na maioria das vezes, é algo que sempre marcou a franquia Yakuza, mas que ocorrem com uma frequência exagerada em Like a Dragon: Ishin!. Eu até entendo que isso adiciona bastante ao jogo, mas mesmo sem querer interagir, algumas vezes fui obrigado a pelo menos escutar o que estava acontecendo sem poder andar ou mexer com Ryoma.

Like a Dragon Ishin - Evento aleatório

Imagem: reprodução/TecMasters

Outro ponto que vejo como um problema é que, ao menos os eventos vistos na cidade, na maioria das vezes não são recompensadores. É claro que temos as histórias engraçadas e com um toque único visto na série Yakuza, mas me refiro a não ter muitas recompensas no sentido de itens ou algo que façam o personagem ficar mais forte.

Além desses eventos paralelos, Like a Dragon: Ishin! também tem estabelecimentos em que o jogador pode se divertir com outras atividades. Por exemplo, temos acesso a um cassino onde podemos jogar poker e outros jogos, além de um estabelecimento para apostar em corrida de galos (nada de rinha de galo).

Like a Dragon Ishin - atividades extras

Imagem: reprodução/TecMasters

O jogo possui até mesmo um sistema em você pode ter uma casa e, na mesma, uma plantação de verduras e legumes. Isso, é claro, ajuda bastante a trazer mais diversidade para quem realmente está afim daquele extra.

A jogabilidade até tem seus altos, mas a câmera…

Like a Dragon: Ishin!, como dito no começo, é um remake de um jogo que teve até uma versão para PlayStation 3. Isso por si só, claro, não é algo ruim, mas existem alguns elementos que não podem passar batidos.

Para começar, os gráficos de Like a Dragon: Ishin! podem não ser iguais aos de jogos da nova geração, mas os cenários são bonitos e repletos de detalhes. Outro ponto que ajuda é que o número de modelos de NPCs é bem diversificado, apesar de repetições serem inevitáveis.

[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática
[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática

Já no que diz respeito à jogabilidade, a história é um pouco diferente. A movimentação de Ryoma é bem, digamos, “reta”, ou seja, parece que você sempre está andando um pouco travado. Além disso, esteja preparado para ver NPCs surgindo ou sumindo do nada em seu caminho, sendo que a câmera aqui até que não é tão problemática.

Agora, o combate é bom, aqui temos pontos tanto positivos quanto negativos. O Ryoma pode alternar entre quatro estilos diferentes de combate, sendo que isso traz uma boa diversidade na hora de sair lutando. Além disso, o sistema de evolução de cada estilo é feito em um tipo de tabuleiro, que é preenchido com orbs adquiridos automaticamente durante as lutas.

Like a Dragon Ishin - sistema de evolução

Imagem: reprodução/TecMasters

Enquanto sair dando golpes é bem divertido em Like a Dragon: Ishin!, a câmera na hora do combate é um de seus maiores contras. Por inúmeras vezes me encontrei em situações em que não conseguia saber onde estava meu inimigo, sendo que senti este problema agravado em lutas contras chefes.

[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática
[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática
[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática

E, mesmo o combate tendo essa dinâmica, é preciso frisar que o mesmo não tem uma movimentação tão livre. Assim, na prática, a jogabilidade pode parecer um pouco datada, mas isso não chegou a me incomodar.

Aliás, por falar em lutas contra chefes, prepare-se para ter um pouco de paciência. Depois de pegar o jeito de um chefe, a mecânica é bem parecida com os outros. Entretanto, alguns destes chefes possuem golpes que muitas vezes não dão tempo de reação.

Assim como outros jogos da série Yakuza, Like a Dragon: Ishin! pode não ser considerado um jogo fácil. De todo jeito, os checkpoints do jogo são apenas justos e, no máximo, você pode precisar refazer uma pequena parte. Inclusive, a dica fica para sempre estar com um estoque alto de comidas para recuperar a vida nos combates.

Like a Dragon: Ishin! vale a pena?

O Like a Dragon: Ishin! é um jogo que tem uma história muito bem formulada e que faz o jogador ficar preso até o fim. Inclusive, as reviravoltas vistas na trama são quase que inesperadas, o que deixa tudo ainda mais tenso.

Apesar da boa trama e de ser um jogo bem divertido com muitas atividades para serem realizadas, a jogabilidade podia ter recebido um upgrade. Não somente isso, principalmente a câmera precisava de uma revisão nos combates já que ela deixa o jogador em situações frustrantes.

Por fim, uma tradução para o português também fez falta ao jogo, mas mesmo com todos esses contras, Like a Dragon: Ishin! é um prato cheio para quem curte jogos de ação com uma temática mais japonesa ou oriental.

Comentários

0

Please give us your valuable comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments