A Ubisoft veio a público para acalmar os ânimos dos fãs, confirmando que o reboot de Prince of Persia: Sands of Time segue vivo e firme nos planos da empresa. Segundo a publisher francesa, o jogo – cuja versão original contou com três jogos lançados em 2003, 2004 e 2005, respectivamente – está agora em fase de conceitualização após ser recomeçado do zero.

Essencialmente, “conceitualização”, nos videogames, remete ao momento em que um projeto já tem um desenho primário definido, e está pronto para começar a desenvolver roteiro, que por sua vez leva à criação de ativos digitais, desenvolvimento programático etc. Neste caso, Prince of Persia: Sands of Time já tem um novo conceito narrativo desenhado, então as adaptações da história original começarão a ser criadas, a equipe de desenvolvimento está sendo selecionada, protótipos e elementos de gameplay estão em testes.

A Ubisoft anunciou o remake da trilogia em 2020, programando-a para lançamento no ano seguinte. Próximo ao prazo, no entanto, a “Ubi” confirmou que o jogo seria não só adiado, mas devolvido à equipe do estúdio que desenvolveu a trilogia original –Ubisoft Montreal.

Em virtude dos recentes problemas financeiros da francesa – o (quinto? sexto?) adiamento de Skull & Bones, o cancelamento de alguns projetos e a demissão sem reposição de membros de vários estúdios para contenção de gastos – preocupações sobre alguns projetos muito aguardados da companhia começaram a surgir na internet: Beyond Good & Evil 2 era uma delas, Sands of Time era outra.

“Ainda estamos em uma fase muito inicial, e os fão não devem criar expectativas sobre o jogo este ano, mas estejam certos de que estamos colocando toda a nossa força e coração neste projeto.” – Jean-Francois Naud, produtos executivo de Prince of Persia: Sands of Time

Por sua vez, o diretor Michael McIntyre disse que algo que o remake terá em igualdade ao original é a narrativa de ser uma “história dentro de uma história”. Os mais velhos vão lembrar que, na trilogia dos anos 2000, o jogo é protagonizado pelo príncipe, com o enredo contado pelo próprio príncipe, que atua como narrador dos eventos vistos em Sands of Time, Warrior Within e Two Thrones, os três jogos da marca.

“Até outros jogos de Prince of Persia não fizeram isso, mas é mesmo um tipo de ‘ingrediente secreto’ para aquela sensação de, em Sands of Time, que o jogo parece um livro. Isso é super importante de ser preservado.” – Michael McIntyre, diretor de Prince of Persia: Sands of Time

Em Sands of Time, o Príncipe (o protagonista não tinha nome) participa de um ataque a um vilarejo, comandado pelo seu pai, o sultão. Durante a luta, ele obtém um artefato conhecido como a Adaga do Tempo, que permite ao seu usuário abrir a ampulheta com as titulares “Areias do Tempo”. Enganado pelo vizir a serviço da família, o Príncipe acaba abrindo a ampulheta, transformando os súditos em monstros terríveis e causando manipulações temporais.

O segundo jogo, Warrior Within, vê o Príncipe sete anos após o título anterior, em fuga de uma criatura chamada Dahaka – uma espécie de guardião da linha temporal cuja única missão é absorver o protagonista para removê-lo da história, em punição pelas suas ações com a Adaga do Tempo. O artefato ainda está em mãos do herói e o gameplay segue mais ou menos a mesma linha do predecessor, permitindo que você volte cenas de combate e progressão para tenta-las de novo caso erre.

Finalmente, Two Thrones vê o Príncipe voltar à Babilônia, apenas para descobrir que suas ações no segundo jogo desfizeram os eventos do primeiro jogo. As Areias do Tempo acabam absorvidas pelo Vizir, que se torna um monstro quase divino. Paralelamente, o uso contínuo da manipulação temporal da adaga causou o surgimento de uma dupla personalidade, com o protagonista manifestando um lado “corrompido” dele mesmo.

Vale citar: anos mais tarde, a Ubisoft ainda lançou The Forgotten Sands, um jogo especificamente desenhado para explicar os sete anos passados entre Sands of Time e Warrior Within. A ideia era explicar como o protagonista, que no primeiro jogo era mais jovial e debochado, se tornou um guerreiro obscuro e quase niilista, sem esperança na vida, no segundo.

Um outro jogo, chamado apenas Prince of Persia e separado do cânone da trilogia, chegou a ser lançado para o PlayStation 3 em 2008, com visual aquarelado e narrativa redesenhada. Nele, o Príncipe era um ladrão em busca de sua mula Farah, que carregava os tesouros roubados por ele. Durante uma tempestade de areia, tutor e animal se separaram, e o protagonista acabou entrando em uma ruína muito antiga, dominada por um mal primordial.

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