Uma nova descoberta feita por especialistas em tecnologia e informática pode finalmente dar continuidade ao projeto de Smart Dust — dispositivos minúsculos do tamanho de um grão de sal. O feito? Nada menos que o desenvolvimento da menor bateria do mundo capaz de alimentar chips de computadores milimétricos.

Percalços do Smart Dust

Antes de tudo é preciso voltar no tempo para compreender todo o avanço feito nos últimos 50 anos. Na década de 70, por exemplo, os primeiros computadores ocupavam uma sala de escritório inteira. Esses dispositivos sofreram reduções de tamanho ao longo dos anos até alcançarem os formatos atuais.

O desenvolvimento foi tão grande que, hoje em dia, já se discute a criação de sistemas eletromecânicos, sensores, robôs e até microcomputadores minúsculos. O empecilho, no entanto, é encontrar uma bateria que acompanhe este tamanho em miniatura, mas não deixe de alimentar os mecanismos.

Neste sentido, microgeradores termoelétricos já foram considerados, mas suas potências de saída são baixas para acionar os microchips. Pequenas células fotovoltaicas e de vibração também surgiram como solução, mas luz e vibrações podem não estar disponíveis a todo momento ou em qualquer lugar.

Em suma, era necessário o desenvolvimento de uma nova e poderosa bateria em tamanho miniatura. A boa notícia é que isso parece ter avançado.

“Apenas” a menor bateria do mundo

Tudo graças a Oliver G. Schmidt, chefe do centro de pesquisa MAIN da Chemnitz University of Technology, Minshen Zhu, integrante do grupo MAIN comandado por Schmidt, e pesquisadores de Leibniz Institute for Solid State and Materials Research Dresden (IFW) e Changchun Institute of Applied Chemistry, que desenvolveram a menor bateria do mundo.

Para isso, eles criaram coletores de corrente e tiras de eletrodos em microescala — um processo semelhante ao usado pela Tesla — por meio do processo “Swiss-roll” ou “micro origami”. O resultado? Uma bateria de 100 microwatts/hora por centímetro quadrado e com um diâmetro significativamente menor que um milímetro quadrado.

“Nossos resultados mostram um desempenho encorajador de armazenamento de energia na escala abaixo do milímetro quadrado”, celebrou Zhu. “Ainda há um enorme potencial de otimização para essa tecnologia e podemos esperar microbaterias muito mais fortes no futuro”, acrescentou Schmidt.

Até agora, os microcomponentes desenvolvidos conseguiram alimentar os menores chips de computador do mundo por cerca de 10 horas. E tudo indica que os avanços feitos serão de extrema importância para outras futuras tecnologias, como Internet das Coisas (IoT), sistemas microrobóticos ou implantes médicos miniaturizados.

Via: Tech Xplore

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