Se você acha que sua voz ficaria melhor na dublagem do Comandante Shepard, de Mass Effect, então a EA tem uma patente que pode lhe agradar: enviada para registro em 2020 mas oficialmente publicada ontem (27), o novo recurso faz com que jogadores da Electronic Arts insiram suas vozes na dublagem de seus personagens favoritos, entre outras benesses.

Descrita como “inserção de dados que representem conteúdo discursivo”, a ideia da nova patente é coletar amostras de voz dos usuários, passando-as por um módulo sintetizador, um conversor e um codificador – tudo isso para que um diálogo dentro do roteiro de um determinado jogo seja gerado com a sua voz.

Imagem mostra processo de patente de voz criada pela EA

Imagem: Electronic Arts/Reprodução

Não é bem “inteligência artificial” (IA) como é a moda de 2023 – está mais para uma coleta de várias palavras e fonemas que a EA pode “juntar” depois, formando os diálogos previstos sem que você tenha que dizer as exatas palavras do roteiro. A tecnologia por trás disso é que é referida na patente.

Isso não é bem uma novidade – aplicações que geram discurso falado por meio de textos já são bem conhecidos: alguns, nós jornalistas até usamos para facilitar transcrições de entrevistas, por exemplo. Só que tais softwares exigem que você receba um texto previamente, transcrevendo-o com a sua voz (caso você grave a leitura) ou com uma voz pré-gravada do próprio programa.

Por várias razões, isso não funcionaria com a EA: o motivo mais óbvio – jogadores teriam acesso ao roteiro de um jogo antecipadamente e, deduzindo eventuais reviravoltas…bem, a internet é a internet e isso aqui ainda é uma terra de spoilers, então você sabe bem no que isso pode dar.

Fora isso, o volume de amostras a ser oferecido tende a ser muito grande – ou o app em questão fica aberto a erros de som, fazendo com que você não tenha o som “de você”.

Dragon Age Origins, da EA, é mostrado em pôster

Imagem: EA/Divulgação

A patente da EA, no entanto, promete reduzir a necessidade de um volume grande, ao mesmo tempo em que emprega a nova tecnologia para gerar os diálogos necessários.

Obviamente, a mera existência de uma patente não implica no uso da respectiva tecnologia, então pode ser que a publisher norte-americana sequer faça isso vir à luz. Mas o fato de ela ter sido publicada já assegura à EA uma parcela de propriedade sobre o processo, então, em um futuro próximo, vai que…

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