Em uma nova fase das atividades deflagradas em 2019, a Operação 404 da Polícia Federal (PF) divulgou nesta semana novos resultados: desta vez, quem caiu foram “os dois maiores sites de pirataria de animes” do Brasil – os nomes foram mantidos em segredo pelas autoridades, mas sinalizam que eles são apenas “os principais”, e que outras páginas menores também foram tiradas do ar.

O nome da ação da divisão de cibercrimes da PF não é incomum: nascida em 2019, a Operação 404 já atacou fornecedores irregulares de tv boxes (as chamadas “IPTVs”), sites distribuidores de pirataria e até aplicativos irregulares usados em atividades de hackers.

Imagem mostra cena do anime "One Piece", simbolizando pirataria da mídia recentemente atacada pela Operação 404 da polícia

Imagem: Toei Animation/Reprodução

A parte “otaku” da operação foi executada pela Polícia Civil (PC) de Minas Gerais, sob ordem do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo o recente anúncio (que atingiu proporções internacionais, figurando até em manchetes do TorrentFreak), as autoridades contaram com o apoio da CODA, uma entidade internacional antipirataria especificamente direcionada à proteção de conteúdos japoneses – categoria onde entram os animes.

“Durante a execução dos mandados, o objetivo foi o de apreender equipamentos computadorizados, incluindo HDs internos e dispositivos computacionais que demonstram a materialidade do crime. Os dois maiores sites de pirataria digital de animes foram desligados” – PC/MG

Segundo relatos da mídia local, há suspeita de que um jovem de 22 anos seja o responsável por um dos sites, operando da cidade de Arapiraca, no estado de Alagoas. Na internet, há suspeitas de que o site BetterAnime tenha sido um dos alvos da operação: embora o relatório das autoridades não ofereça nomes e datas, o timing favorece essa impressão – desde antes do feriado de Carnaval, a página (constantemente citada por usuários em fóruns e no Twitter) se encontrava fora do ar.

Antes disso, porém, o BetterAnime amealhou aproximadamente 6 milhões de visitas mensais. O perfil oficial do site no Twitter comunicou a paralisação das operações, sem citar a Operação 404, mas mencionando “motivos de direitos autorais”. O responsável pelo tuíte, no entanto, ressalta que não foi preso, então a situação em Arapiraca poderia estar sendo operada por outra pessoa.

Ainda não se sabe qual será o desdobramento da Operação 404 a partir daqui: considerando que ela começou com um alvo específico mas, desde 2019, vem ampliando seu raio de ação, praticamente qualquer conteúdo com o mínimo de violação de direitos autorais pode ser o próximo a receber a ofensiva das autoridades.

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