Uma estimativa que a NASA chamou de “conservadora” afirma que, apenas em 2024, as missões climáticas da agência espacial norte-americana devem gerar cerca de 250 mil terabytes (TB) de dados. Obviamente, analisar tudo isso é uma tarefa bem exigente, então a agência firmou parceria com a IBM para criar uma solução mais eficiente.

Tal solução, em termos bem resumidos, envolve usar a inteligência artificial (IA) para criar uma espécie de “ChatGPT da Terra”. Ou, como as três empresas envolvidas (a HuggingFace também colabora no projeto” chamaram, um “modelo fundamental geoespacial de código aberto” que servirá como a base para o nascimento de uma IA capaz de monitorar desmatamentos, criar melhores estatísticas sobre o aquecimento global, antecipar volume de produção agrícola em escala global e até mesmo analisar e sugerir medidas de contenção para gases do efeito estufa.

O aquecimento global, apesar do que alguns negacionistas teimam em negar, é um fato mais do que confirmado – assim como é a nossa culpa em seu avanço: por causa disso, estatísticas atuais antecipam cenários “menos piores”, mas não “reversões de quadros problemáticos”. Em outras palavras: qualquer solução, se analisada apenas pela capacidade humana, levaria décadas para começar a ser implementada.

Nisso, entra a inteligência artificial: modelos computacionais do tipo têm uma capacidade de coleta e análise de dados não apenas massificada, mas também acelerada – mais processamento de informações em menos tempo, basicamente. Algo assim é bem conveniente para, digamos, nos ajudar a pensar em soluções para situações de estado crítico.

Para esse projeto, então, a IBM entrou com a oferta de sua Watsonx.ai como a base, inserindo nela aproximadamente um ano de informações coletadas pela dupla de satélites Sentinel-2 da NASA – ambos foram construídos para obter imagens de altíssima resolução de regiões continentais, insulares e costeiras em 13 bandas visuais (infravermelho, ultravioleta etc.).

Isso tudo permitiu que a HuggingFace criasse um formato de hospedagem de plataforma de IA exclusivo – e escalável – para o projeto. Com os três recursos em pleno uso, foi possível, diz a NASA, aprimorar a performance dos modelos preditivos atuais em até 15%.

“O papel essencial das tecnologias de código aberto na aceleração de áreas críticas de análise, tal qual é o aquecimento global, nunca foi tão evidente. Ao combinar o modelo fundamental da IBM na criação de sistemas de Ia reutilizáveis e flexíveis, com o repositório de dados de satélites da NASA, e ainda tornar tudo isso disponível na maior plataforma open source de inteligência artificial, a HuggingFace, nós conseguimos ampliar o poder de colaboração para implementarmos soluções mais rápidas e mais impactantes para a saúde do nosso planeta.” – Sriram Raghavan, vice-presidente da IBM Research AI

A implementação do projeto já começou e vem sendo feita de forma gradual, com previsão de ser finalizada nos próximos meses.

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