Confirmando rumores, a Microsoft realizou um evento a portas fechadas hoje (7), onde anunciou a integração do Bing à ferramenta de diálogo adaptativo ChatGPT – em suma, o mecanismo de buscas da Microsoft passa a adotar a aplicação de inteligência artificial que vem tomando de assalto todas as manchetes do assunto nos últimos meses.

De acordo com a Microsoft, o modelo de buscas atual – onde você digita termos em uma caixa e tem exibida uma página de resultados – não é mais funcional: 40% das vezes, isso resulta em você clicando em links que não têm a ver com o que você quer, e você acaba voltando à página de resultados em busca de algo mais preciso.

Imagem mostra integração entre Bing e ChatGPT

Imagem: Vjeran Pavic, via The Verge/Reprodução

A ideia da integração é fazer com que o Bing responda a uma pergunta diretamente: em uma caixa de texto aprimorada com a capacidade de comportar até mil caracteres, você detalha aquilo que procura em frases inteiras ao invés desta ou aquela palavra-chave, e o Bing lhe retorna uma resposta em tom de conversa, assim como sugere a ferramenta da OpenAI.

Por exemplo: se você perguntar se uma poltrona cabe no porta-malas de uma van, o Bing vai lhe informar as dimensões da poltrona, do carro e dizer “sim” ou “não” quanto a ela encaixar.

Pelas coberturas dos veículos convidados ao evento, tudo indica que a Microsoft deve misturar o formato atual, com links de respostas que servirão de base à frase entregue pelo Bing. Isso ainda carece de maiores esclarecimentos, mas pode ser que isso seja a solução de um dos maiores problemas do ChatGPT – a ausência de fontes e solidez de dados nas respostas.

Imagem mostra integração entre Bing e ChatGPT

Imagem: Vjeran Pavic, via The Verge/Reprodução

Há também uma ferramenta de chat que some com os links e entra em um design parecido com o que se vê quando se usa o ChatGPT. Nesse modelo, a inteligência artificial também poderá entregar resultados de uma forma mais fluída: se você procurar por “televisão para jogos”, por exemplo, a ferramenta lhe entregará sugestões em forma de diálogo, listando os prós e contras de modelos sugeridos na busca.

Segundo Nilay Patel, do The Verge, isso pode facilitar a experiência de usuário: “com o novo Bing, eu não preciso começar a busca com algo reduzido, como ‘dicas de viagem para a Cidade do México’. Eu posso abrir com ‘crie para mim um itinerário para uma viagem para a Cidade do México de cinco dias com a minha família’”.

Na parte técnica, o Bing também leva a integração com o ChatGPT a outras ferramentas: por exemplo, se você pedir que ele traduza o itinerário acima para o espanhol e envie por email à família, ele fará tudo isso sozinho.

Há, contudo, uma questão de propriedade intelectual: alguns resultados mencionam “segundo” esse ou aquele veículo, citações assim tendem a variar, legalmente falando, de país para país. Em alguns casos, compensação financeira se faz necessária – a Microsoft não tocou nesse assunto.

Há algo interessante em afunilar as respostas de uma busca de forma sinérgica: “me mostre um plano de refeição para uma família de quatro pessoas, e inclua opções veganas e também para pessoas que não gostam de castanhas” seria uma tarefa consideravelmente cansativa, fosse ela feita “na mão”. Mas o novo Bing parece promissor ao responder isso em minutos.

Ainda faltam detalhes (a apresentação ainda está acontecendo enquanto finalizamos esta nota), mas o novo serviço estará disponível “eventualmente” no Edge, o navegador da Microsoft. O recurso será apresentado com um ícone na barra lateral, então não haverá necessidade de visitar a página do Bing diretamente.

Datas, no entanto, ainda não foram divulgadas. A Microsoft promete lançar tudo “gradualmente”, mas “lentamente”. Se o histórico da empresa for algum indício, é provável que tenhamos vários betas antes de uma chegada mais formal. Entretanto, uma versão “prévia” está disponível a partir de hoje, segundo a empresa. Em nossa versão do navegador, ainda não encontramos esses recursos, então pode ser que a prévia esteja em disponibilização mais localizada – ou seja, Brasil ainda não entrou no quadro.

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