Uma nova regra será imposta pela Meta para seus anunciantes a partir de janeiro de 2024: segundo anunciado pela empresa, qualquer peça publicitária de cunho social ou político deverá obrigatoriamente trazer um alerta caso tenha sido alterada digitalmente – incluindo o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA).

Na prática, a mudança é uma extensão de uma norma já existente: postagens patrocinadas no Instagram ou Facebook – ambos, propriedades da Meta – já têm que mostrar a etiqueta de que foram pagos por alguma entidade. Agora, isso também se estende ao uso da IA, especialmente ferramentas como Midjourney, DALL-E e afins, que podem gerar imagens a partir de descrições textuais.

Imagem mostra logotipo da Meta ao fundo, atrás de um martelo de juiz

Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock.com

O anúncio da Meta provavelmente tem a ver com o fato de que, em 2024, ocorrerão as novas eleições presidenciais dos Estados Unidos (e, paralelamente, no Brasil, as eleições municipais, elegendo prefeitos e vereadores). Na edição de 2016 e 2020, um grande problema enfrentado no pleito foi o uso de anúncios publicitários cheio de desinformação e mentiras.

Na nova frente, anunciantes terão de admitir à plataforma publicitária da Meta se a peça a ser veiculada faz algum uso de “ferramentas fotorrealísticas” que possam fazer com que uma pessoa diga, na imagem, áudio ou vídeo, algo que nunca disse. O mesmo formulário terá que admitir se uma pessoa mostrada na mídia existe de fato ou não e, em caso positivo, qual o contexto de sua imagem estar sendo utilizada.

Obviamente, a empresa também admite que os formulários enviados serão passíveis de análise e, mesmo que alguém admita o uso das ferramentas, ainda pode ser reprovado e ter o seu anúncio rejeitado.

“Como sempre, nós removemos conteúdos que violam nossas políticas, independente de serem criados por IA ou por pessoas. Nossos parceiros de checagem de fatos revisam e catalogam desinformações que viralizam e nós não permitimos que anúncios sejam veiculados se classificados como Falso, Parcialmente Falso ou Sem Contextualização.” – Meta

Já não é de hoje que a Meta é o centro das preocupações da classe política estadunidense: o Congresso já se posicionou – em ambos os lados do espectro – sobre a possibilidade de ferramentas de IA serem usadas de forma problemática. Nos últimos meses, um vídeo falso do presidente Joe Biden tocando de forma inapropriada sua própria neta viralizou nas redes, rendendo apelações por parte dos usuários e uma investigação ser aberta com a colaboração da empresa.

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