O Google Assistente deve mudar sua abordagem como a conhecemos, com a empresa que lhe empresta o nome já reformulando equipes e implementando práticas que coloquem o assistente virtual cada vez mais próximo de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa.

A informação vem do Axios, que obteve um e-mail enviado pela gestão do Google a funcionários que atuam diretamente no time do Google Assistente – tal reformulação, segundo o e-mail, já até começou, com a empresa de Mountain View remanejando membros da equipe da versão mobile do recurso.

Imagem mostra um smartphone com a página do Google Assistente aberta na Play Store

Imagem: Temitiman/Shutterstock

Veja abaixo o e-mail na íntegra:

“Assunto: A visão e as mudanças no time do Assistente

Olá, equipe,

Desde que lançamos o Google Assistente há sete anos, nós construímos grandes experiências para centenas de milhões de pessoas que o utilizam todo mês. E nós ouvimos o desejo latente dessas pessoas por uma tecnologia conversacional e assertiva, que possa melhorar as suas vidas.

Como um time, precisamos nos concentrar para entregar aos nossos usuários experiências de produtos mais críticas e de alta qualidade. Nós também vimos o alto potencial da IA generativa para transformar as vidas das pessoas e enxergamos uma grande oportunidade para explorar o que um ‘super Assistente’, alavancado pelas mais recentes tecnologias de LLM, poderia fazer (uma parcela do time já começou a trabalhar nisso, iniciando pelo mobile).

Para fazermos ambas as coisas com velocidade e foco, estamos promovendo algumas mudanças na organização:

Estamos combinando os times de Serviços e Surfaces, que agora serão liderados por Unni e Bryant.

O time Mobile vai operar separadamente, sob direção de Minni e Zaheed.

O time de NLP agora será liderado por Xiaonan e Lisa. Um sincero ‘obrigado’ para a Michelle, que – além do seu trabalho diário liderando a parte de infraestrutura – comandou também o time de NLP nesses últimos quatro meses. Ela agora ficará 100% dedicada à infraestrutura.

O time de Discurso continuará dando suporte ao Google Assistente e a outros produtos, e Françoise agora vai se reportar a Sissie.

Como parte dessa atualização, nós também vamos eliminar uma pequena parcela de papéis dentro do time. Já comunicamos esses membros e vamos providenciar o apoio dedicado a eles durante essa transição. Todos os impactados terão um período mínimo de 60 dias de busca interna, baseada em requerimentos de vagas locais. Essas foram decisões incrivelmente difíceis de serem tomadas, então por favor auxiliem seus colegas de equipe no processamento dessa notícia.

Duke e eu vamos apresentar uma reunião amanhã para caminharmos por todas as mudanças na organização em detalhes, além de respondermos às suas perguntas (sabemos que amanhã será feriado em Zurique, então vamos apresentar outra reunião para o calendário europeu na quarta-feira). Algumas equipes terão suas próprias reuniões na próxima semana – fiquem atentos aos convites em seus calendários. Nós mantemos o nosso firme compromisso com o Google Assistente e estamos otimistas com o futuro.

Obrigado,

Peeyush e Duke”

“Peeyush” e “Duke” referem-se, respectivamente, ao vice-presidente do Google, Peeyush Ranjan; e ao diretor de produtos da empresa, Duke Dukellis.

Ainda não está claro se o Google Assistente será integrado ao Bard – o concorrente do Google para o ChatGPT – ou se ambos permanecerão separados.

Alterações no Google Assistente implicam em mais demissões

Um detalhe no e-mail que o Axios não tocou é a questão das demissões: o Google não foi muito específico em quantas pessoas serão impactadas pela decisão, mas esse não é o primeiro comunicado do tipo vindo pela empresa neste ano.

Em janeiro, a empresa de Mountain View cortou 12 mil funcionários – ou 6% de seu capital humano global – afetando times em várias áreas, como a Area 120 (a incubadora de novos projetos do Google) e a Intrinsic, divisão de robótica da Alphabet (dona do Google).

Mais recentemente, em julho, cerca de 80 funcionários terceirizados foram demitidos pelo Google após se filiarem ao sindicato correspondente. A maior parte deles vinha atuando na estrutura diária do Google Help. Os demitidos anunciaram a intenção de processar a companhia, acusando-a de retaliação.

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