A mais recente atualização do navegador Firefox, lançada na terça-feira (17), incluiu um novo sistema de extensões do Google, o Manifest V3. Embora quando adotado pelo Chrome tenha gerado anos de controvérsia por limitar os recursos de bloqueadores de anúncio, a Mozilla promete que a infeliz experiência não vai se repetir, já que a inclusão permitirá “acessar as ferramentas de privacidade mais eficazes” além dos bloqueadores.

Em uma postagem no blog da fundação, a Mozilla explicou ainda que ao adotar o versão 3 do Manifest, manteria a compatibilidade cruzada, permitindo que desenvolvedores portem facilmente seu software entre os navegadores, facilitando para aqueles que desenvolvem extensões tanto para o Chrome quanto para o Firefox. Entretanto, mesmo que seja compatível, a organização defendeu que a versão é diferente da usada pelo Google em “algumas áreas críticas”, principalmente relacionadas à segurança e privacidade.

Um manifesto entrega ao navegador todo tipo de informação sobre uma extensão instalada (nome, número de versão, quais permissões usará, em quais versões de um navegador vai rodar). As versões mais recentes do Manifest usado pelos navegadores modificam quais informações as extensões têm acesso, além da possibilidade de exigirem mudanças. O MV3 no Chrome, por exemplo, não permite que um desenvolvedor carregue o código a partir de um servidor remoto.

Em 2021, o Chrome adotou a versão e, por enquanto, mantém ad-blockers em funcionamento, embora seja possível que mudanças ocorram em breve, já que nada foi esclarecido pelo Google sobre manter o sistema que os deixa funcionando. Na época, a empresa sustentou que a mudança para o novo sistema era “parte de uma mudança na filosofia por trás da segurança e privacidade do usuário”, no entanto, uma atualização bloqueou recursos de extensões de conteúdos populares e de bloqueadores, restringindo certos pedidos de rede (de rastreamento, anúncios, ou de outros usuários).

Embora Firefox e Chrome usem o mesmo sistema de extensões, a ruptura está no recurso Web Request, em geral usado por bloqueadores de anúncios. Enquanto o Google vê preocupações quanto à segurança e tem trabalhado para eliminá-lo do recente padrão do MV3, a Mozilla esclareceu que manterá suporte ao recurso, permitindo as formas mais sofisticadas de bloqueio de anúncios.

Firefox adota Manifest V3 do Google e promete manter bloqueadores de anúncio ativos

Sede da Mozilla Foundation em São Francisco, EUA. Imagem: Shutterstock

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No ano passado, a própria admitiu haver desvantagens na sua abordagem, como enfraquecer a segurança ao manter a funcionalidade. Ao que indica, a fundação prefere assumir o risco preservando o bloqueio de anúncios – o que ela chamou de “um dos casos mais importantes de uso de extensões”.

O que defensores de privacidade dizem sobre adoção de sistema pelo Firefox

A organização Electronic Frontier Foundation e desenvolvedores por trás de extensões de bloqueio de conteúdo como a Ghostery provavelmente concordam; ambos condenaram a versão do Manifesto V3 do Google, afirmando que ela afetava a privacidade dos usuários.

Enquanto o sistema de extensão está nas versões atuais do Chrome, o Google tem recuado um pouco – no fim do ano passado, a empresa anunciou que estava revendo os planos de desligar o suporte ao Manifest V2 a partir de junho, o que teria cortado o acesso das pessoas aos bloqueadores que têm evitado as novas restrições ao não mudar para o V3.

Firefox adota Manifest V3 do Google, mas promete manter bloqueadores de anúncio ativos

Além de permitir os recursos de ad-blockers, a atualização do Firefox também introduziu um botão de extensão, que cria uma forma de administrar os complementos do navegador a partir da barra de ferramentas. Uma das características do painel é que ele permite a visualização rápida de quais permissões uma extensão tem em uma página da web específica, e até mesmo com a possibilidade de gerenciá-las se a extensão suportar.

 

Via The Verge

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