O DuckDuckGo, navegador e buscador com foco em privacidade, liberou o beta público da função de bloqueio de rastreadores de aplicativos. O recurso liberado nesta quarta-feira (16) ajuda a bloquear o rastreamento feito por terceiros em aplicativos instalados em aparelhos Android, mesmo quando não estiverem ativos.

O App Tracking Protection é mais uma forma de evitar que os dados dos usuários seja enviados a anunciantes. Para quem já usou dispositivos iOS, o recurso do DuckDuckGo tem uma proposta parecida com o App Tracking Transparency (ATT) da Apple, entretanto, com a promessa de ser “ainda mais poderoso”.

rastreamento

Imagem: DuckDuckGo

O recurso para iPhones e iPads, por exemplo, é opt-in, ou seja, pergunta ao usuário se querem bloquear o acesso dos aplicativos ao Identifier for Advertisers (IDFA), entretanto, esses ainda podem usar as redes maiores de rastreamento em muitos aplicativos para particularizar o perfil dos usuários do aplicativo.

Recentemente, o Google também implementou algumas ferramentas nativas para impedir o rastreamento inútil, com aprovação de rastreamento de localização para cada aplicativo separadamente e uma opção limitada de exclusão de rastreamento de anúncios nativos.

Já no App Tracking Protection, é necessário apenas que se habilite a proteção contra rastreamento, e o recurso automaticamente bloqueará todos os rastreadores ocultos bloqueáveis que o DDG conseguir identificar.

Para isso, o serviço precisa da permissão de VPN do Android para monitorar o tráfego de rede, segundo Allison Goodman, gerente sênior de comunicações da DuckDuckGo.

Ao reconhecer um rastreador da lista de bloqueio, ele “olha o domínio de destino para qualquer solicitação de saída e os bloqueia se estiverem em nossa lista de bloqueio e o aplicativo solicitante não for de propriedade da mesma empresa que possui o domínio”, explicou à Ars Technica. “Muitos dos dados coletados pelos rastreadores não são controlados por permissões [Android]”, o que torna o App Tracking Protection uma oferta complementar.

Desde o lançamento do beta limitado há um ano, o DuckDuckGo atualizou o aplicativo para mostrar mais informações dos rastreadores de dados pessoais que estão tentando coletar antes mesmo de bloqueá-los — “como localização precisa, idade e impressão digital do telefone”. A lista de exclusões de apps foi reduzida, além de tornarem a lista de bloqueio publicamente disponível, de acordo com o blog da empresa.

Em testes com um telefone Android contendo 35 aplicativos instalados, o DuckDuckGo observou entre mil a 2 mil tentativas de rastreamento por dia, enviando dados para mais de 70 empresas.

DuckDuckGo libera ferramenta antirrastreamento para usuários Android

Imagem: DuckDuckGo

Como ativar o serviço antirrastreamento do DuckDuckGo

Para usar o serviço, basta acessar a seção ‘Mais do DuckDuckGo’ no aplicativo do DDG para Android, seguir para ‘Configurações’ e posteriormente aceitar a configuração de conexão VPN local no aparelho. Na última tela, o usuário já poderá visualizar o relatório de atividades de bloqueio automático dos rastreadores.

De acordo com o DuckDuckGo, o App Tracking Protection trabalha “sem enviar dados do aplicativo para DuckDuckGo ou outros servidores remotos”.

DuckDuckGo libera ferramenta antirrastreamento para usuários Android

Imagem: DuckDuckGo

Quando lançado, a Wired realizou um teste, instalando 36 aplicativos em um novo Pixel 6 Pro. Entre os testados estavam apps do McDonald’s, LinkedIn, Facebook, Amazon, BBC Sounds entre outros. “Deixei o telefone sozinho por quatro dias e não o usei de forma alguma. Em 96 horas, 23 destes aplicativos haviam feito mais de 630 tentativas de rastreamento em segundo plano”, contou Matt Burgess, o jornalista da publicação responsável pelo teste.

“Quando abri o aplicativo McDonald’s, os rastreadores da Adobe, a empresa de software New Relic, Google, a empresa de rastreamento de emoções Apptentive e a empresa de análise móvel Kochava tentaram coletar dados sobre mim. Abrir os aplicativos eBay e Uber — mas não fazer login neles — foi o suficiente para acionar os rastreadores do Google”.

Com informações DuckDuckGo e Ars Technica

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