O ativista digital Jason Scott publicou nesta semana um longo projeto pessoal: o site Discmaster, que reúne arquivos de vários formatos em um repositório contemplando pelo menos 40 anos de tecnologia, de forma gratuita. O próprio ativista anunciou a novidade em seu perfil no Twitter.

Essencialmente, o Discmaster conta com arquivos que vão de imagens, vídeos, músicas, jogos, documentos de texto, planilhas, até material sistêmico de plataformas operacionais antigas e atuais (lembra de quando algum arquivo .dll “sumia” do Windows XP? Grandes dias), para o caso de você precisar de alguma informação antiga. Segundo Scott, todo o material foi extraído de CD-ROMs e disquetes da época. Sim, jovens: houve um tempo em que nossos computadores tinham entradas para discos e usávamos mídias físicas para armazenar dados. Que loucura, né?

É importante ressaltar que nada que o Discmaster traz configura pirataria: primeiramente, o site não hospeda nada – ele compila informações do Internet Archive, uma base de dados que vem recebendo dados e arquivos de muita gente, no mundo todo, há muitos e muitos anos, e as organiza de forma a facilitar a busca por determinados materiais.

E em segundo lugar, todo material no Internet Archive é de licenciamento público e/ou cessão de direitos por parte de seus autores. Em outras palavras, é tudo “de grátis”, na melhor intenção possível: guardar os vários momentos da internet – e registrar toda a sua evolução no processo – para a posteridade.

Scott disse no Twitter que o trabalho é “99,999%” crédito de uma comunidade de internautas anônimos que vinham abordando-o ao longo dos anos. Todo o material do Discmaster provém desse pessoal, e o ativista apenas trouxe uma plataforma para hospedar tudo.

Captura de tela mostra compêndio de arquivos Discmaster, com diversos arquivos de músicas antigas na busca

Imagem: Discmaster/Reprodução

Um dos pontos mais interessantes é que o site já fez toda a conversão de arquivos no back end da página. Em outras palavras, você não vai precisar de nenhum aplicativo externo para rodar mídias há muito incompatíveis, como certos arquivos MIDI ou vídeos do início da década de 1990, cujas resoluções sequer são contempladas pela…”geração do streaming” (não, não resistimos e não nos arrependemos).

Em suma: tudo é visualizável pelo seu próprio navegador, e você pode exibir/reproduzir prévias no seu próprio navegador.

Jason Scott é um velho conhecido da preservação digital: vários de seus projetos incluem o resguardo e conversão de arquivos em flash – incluindo alguns jogos mais simples – para serem reproduzidos na era do HTML5, bem como criar um reprodutor via browser para rodar jogos antigos do MS-DOS e até fez o backup do antigo Geocities, um serviço de hospedagem de blogs gratuito que antecedeu as eras do Blogspot e do WordPress.

via Discmaster

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