Encontrar a fórmula mágica do elixir da vida ou alcançar a imortalidade foi, e ainda é, uma preocupação na história da ciência. A juventude eterna possibilitada por uma pedra filosofal, perseguida por alquimistas da Idade Média e citada em textos bíblicos, budistas e hinduístas, também foi um dos objetos de fascinação do físico e matemático Isaac Newton, inventor britânico que entrou para a história por lançar as bases da gravitação universal.

Quatro séculos após as tentativas de Newton com a alquimia, no século 17, a humanidade ainda lida com a finitude da vida. No entanto, a imortalidade pode estar bem próxima do que imaginamos, segundo as previsões do ex-diretor de engenharia do Google e futurista Ray Kurzweil, revisitadas recentemente pelo canal Adagio, no YouTube.

Como nos tornaríamos imortais

Esse marco crucial em nosso progresso tecnológico será alcançado até 2030, quando os humanos transcenderão a forma biológica. Kurzweil baseia esta previsão ao observar o crescimento exponencial em vários campos como genética, nanotecnologia e robótica — o que culminará na criação do que ele chama de “nanobots”.

Esses pequenos robôs funcionariam como reparadores do corpo humano, melhorando-o em nível celular e nos tornando efetivamente imunes a doenças, ao envelhecimento e à morte. Os avanços nas interfaces cérebro-computador vão nos permitir carregar nossa consciência de forma digital, alcançando de fato a imortalidade.

Tal avanço, acredita Kurzweil, dará à humanidade a capacidade de alterar a composição biológica à vontade, assim como curar doenças mortais como câncer e ataques cardíacos.

Singularidade: IAs exatamente como humanos

Na obra ‘The Singularity Is Near’ (2005) (’A Singularidade está Próxima’, em tradução livre), o inventor norte-americano argumenta que estamos nos aproximando também de um ponto no tempo conhecido como singularidade, uma transformação profunda e disruptiva da capacidade humana, posterior à situação de imortalidade atingida anteriormente.

De acordo como Kurzweil, ela virá no fim de seis períodos — física, química, DNA e biologia, e inteligência e tecnologia. Segundo a teoria, já passamos por quatro deles, e hoje, a humanidade está no meio da quinta, descrita como tecnologia humana e inteligência humana. Embora ainda não se tenha alcançado a sexta, essa transformação já tem data: 2045.

Humanos podem ser imortais até 2030, prevê ex-diretor do Google

Imagem: Ociacia/Shutterstock.com

Neste momento, as IAs alcançarão mentes semelhantes às humanas, cuja capacidade computacional de ambas será igualada, o que dará às inteligências artificiais a possibilidade de desenvolver a complexidade mental e emoções, até então vistas apenas em pessoas.

Junto a capacidade de superar as limitações biológicas, revertendo o envelhecimento e dando supostamente a imortalidade aos humanos, fará com que nos tornemos indistinguíveis da robótica inteligente altamente avançada da singularidade, acredita Kurzweil.

Humanos podem ser imortais até 2030, prevê ex-diretor do Google

Imagem: Rawpixel.com/Freepik

A previsão de que a IA seja tão avançada a ponto de ser uma cópia fiel de humanos pode assustar, dividindo opiniões entre o entusiasmo e ceticismo.

Para Kurzweil, as pessoas não apenas desenvolverão tecnologia para salvaguardar a própria existência, como também aceitarão as habilidades avançadas da IA, semelhantes às humanas.

 

Humanos podem ser imortais até 2030, prevê ex-diretor do Google

Imagem: Aleph

Para saber mais: em uma das obras de Ray Kurzweil, Medicina da Imortalidade (Aleph, 2019), o autor conta que até o fim do século não haverá mais mortalidade humana. Aos 75 anos, o futurista e inventor diz tomar duzentas e trinta pílulas de vitaminas e complementos alimentares durante o dia. Essa seria a estratégia, segundo ele, de se manter vivo até acontecer a revolução das máquinas.

 

Comentários

0

Please give us your valuable comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments