Em uma carta enviada por e-mail a 80 mil funcionários, o CEO do Google, Sundar Pichai, agradeceu a todos pelo auxílio nos testes do Bard, a IA que a empresa de Mountain View incorporou à busca oficialmente nesta semana. Na mesma carta, porém, Pichai alertou a todos que “coisas darão errado” com a ferramenta, e que feedbacks contínuos serão necessários e apreciados.

O Bard é o chatbot que funciona por meio do conceito de “inteligência artificial generativa”: em essência, ele abre uma conversa com o usuário e determina respostas por meio de parâmetros estabelecidos pela pessoa. O ChatGPT – recentemente incorporado ao Bing da Microsoft – é o exemplo mais conhecido dessa tecnologia atualmente.

Imagem mostra textos divulgando o Bard com um smartphone com o logo do Google à frente

Imagem: JRdes/Shutterstock

“À medida em que mais e mais pessoas começam a usar o Bard e testar suas capacidades, elas vão nos surpreender. Coisas vão dar errado. Mas o feedback dos usuários será essencial para o aprimoramento do produto e a tecnologia sob a qual ele atua.” – Sundar Pichai, CEO do Google

O Bard foi oficialmente liberado ontem, em uma estratégia, no mínimo questionável: ao contrário do seu principal concorrente, que teve uma implementação global, o chatbot do Google está disponível apenas nos EUA e Reino Unido, então as “primeiras impressões” que vimos até agora são de exemplos bem localizados

Em uma dessas demos, o Verge disse que o Bard tem um funcionamento primário bem simples, gerando três respostas para cada questionamento do usuário. O site ressaltou que a IA não é um substitutivo para a pesquisa tradicional, já que essas ferramentas tendem a “inventar” informações sem muito freio.

Entretanto, no que o Verge foi capaz de experimentar, o site foi sucinto: “[O Bard] foi capaz de rapidamente e fluidamente responder a uma série de perguntas generalistas, oferecendo aconselhamento simplificado sobre como incentivar uma criança a jogar boliche (“leve a criança a uma pista de boliche”) e recomendando uma lista de filmes populares de roubos e assaltos (incluindo ‘Uma Saída de Mestre’, ‘A Cartada Final’ e ‘O Assalto’)”.

Vale lembrar que a ressalva do Verge é meramente um eco do que diz o próprio Google – e isso não é feito sem motivo: durante sua revelação ao mundo, o Bard, no seu próprio evento, compartilhou fake news ao dizer que o telescópio espacial James Webb tirou “as primeiras fotos de um exoplaneta”.

Na verdade, as fotos mostradas pela IA eram apenas as primeiras tiradas pelo próprio James Webb, não “as primeiras da história”. O primeiro exoplaneta (um planeta fora do nosso sistema solar) na verdade foi registrado em foto pelo VLT em 2004.

Em seu memorando, Pichai também elogiou os funcionários, dizendo que eles devem se sentir orgulhosos e ressaltando que, mesmo depois de todos os progressos do Google no campo, a empresa ainda está iniciando seus passos no setor da inteligência artificial:

“Por ora, eu estou muito empolgado para ver como o Bard cria novas oportunidades de criatividade e curiosidade para os que o usam. E estou ansiodo para compartilhar todo o escopo de nosso progresso na Ia para ajudar as pessoas, negócios e comunidades conforme nos aproximamos do [evento] I/O em maio.”

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