O Celular Seguro, que atingiu mais de 270 mil registros nas primeiras 24 horas, já sofreu as primeiras críticas em relação à segurança do aplicativo lançado na terça-feira (19) pelo governo federal.

O projeto que inutiliza telefones furtados “carece de ajustes rapidamente”, segundo Alberto Leite, da startup de serviços digitais focada em segurança Exa, em entrevista à Folha de S. Paulo. “O tempo de espera para que os parceiros, como bancos e outros aplicativos, façam o bloqueio é muito grande”, complementa o executivo.

Aplicativo Celular Seguro 'carece de ajustes rapidamente', diz startup de segurança

Imagem: Prostock-studio/Shutterstockcom

Embora afirme que seja uma ferramenta louvável, afinal a Exa também oferece serviços de segurança voltados a furtos de smartphones (com ferramentas extras como exclusão de mídias, mensagens, gravação remota de vídeo [para identificação do infrator] e outras), Leite aponta que nesse período seria possível acessar os dados sensíveis da vítima usando uma rede Wi-Fi.

“Embora o Celular Seguro tenha registrado mais de 270 mil usuários em apenas um dia, é crucial destacar que a plataforma não proporciona segurança completa”, destaca Leite. “Ao se conectar a uma rede Wi-Fi, o criminoso ainda mantém acesso ao dispositivo. Além disso, o bloqueio imediato da linha telefônica não é garantido, já que o sistema requer até seis horas para enviar a notificação e mais um dia útil para efetivar o pedido”.

De acordo com dados do governo federal, nas primeiras 24 horas após o lançamento, 276.177 cadastros foram realizados: 182.645 celulares foram registrados via site ou aplicativo e incluídas 169.843 pessoas de confiança. Até quarta-feira (20), a ferramenta já tinha recebido 1.213 alertas de usuários referentes à perda, roubo ou furto.

Como funciona o aplicativo Celular Seguro

O objetivo da medida, descreve o governo federal, é de “combater roubos e furtos de celulares em todo o país”. Para isso, cada pessoa que se cadastrar no Celular Seguro poderá indicar “pessoas de confiança” (que tenham uma conta gov.br e que tenham o aplicativo baixado) para que essas também possam fazer o pedido de bloqueio de aplicativos digitais e do aparelho, que tenha sido furtado, roubado ou perdido. As ocorrências podem ser registradas pelo proprietário do aparelho roubado ou pelas ‘pessoas de confiança’.

Aplicativo Celular Seguro 'carece de ajustes rapidamente', diz startup de segurança

Imagem: Reprodução/Agência Brasil

De acordo com o site do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), “o cadastro de ‘pessoas de confiança’ é opcional e, se registradas como contatos de emergência, elas não terão acesso aos dados do celular, podendo, apenas, comunicar o crime no site ou aplicativo Celular Seguro, gerando o bloqueio do aparelho e de aplicativos”.

Ao jornal O Globo, Ricardo Capelli, secretário-executivo do ministério da Justiça, disse estar discutindo com a Meta a possibilidade de aderir as suas respectivas plataformas Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp ao projeto.

Aplicativo Celular Seguro 'carece de ajustes rapidamente', diz startup de segurança

Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Proteção de dados cadastrados

Quanto ao tratamento de dados dos cadastrados, a Pasta adiciona que será realizada de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que os dados não serão usados para outras finalidades exceto constados nos Termos de Uso do projeto.

Vale lembrar que o cadastro é realizado apenas pela plataforma gov.br, por contas de qualquer nível (ouro, prata ou bronze). Com o aumento da procura pelo serviço, golpes com links maliciosos podem ser usados em nome do projeto.

 

Com informações Folha de S. Paulo, O Globo e Convergência Digital 

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