O mal desempenho de Destiny 2 pode custar mais que alguns milhões de dólares à Bungie: a empresa, uma subsidiária da Sony e dos estúdios PlayStation, pode acabar perdendo a sua independência se a sua empresa proprietária assim desejar.

A informação é de uma reportagem feita pelo IGN americano, que indicou que uma das condições para essa independência da Bungie seria o cumprimento de certos objetivos financeiros, o que aparentemente não vem acontecendo.

Imagem mostra cena de "Queda da Luz", a nova expansão de Destiny 2, da Bungie

Imagem: Bungie/Divulgação

Para explicarmos tudo corretamente, precisamos contextualizar: em julho de 2022, a Sony finalizou a aquisição da Bungie, estúdio por trás de Destiny, Halo e vários outros jogos famosos. Entretanto, mesmo sendo uma subsidiária, a Bungie reteve seus direitos de publicação independente – na prática, a empresa pode escolher lançar seus jogos na plataforma que quiser, até mesmo no concorrente Xbox, da Microsoft. Destiny, por exemplo, está lá.

Esta independência é um reflexo da composição da mesa diretora da companhia: atualmente, o comitê é formado por Hermen Hulst (chefe dos estúdios PlayStation), Eric Lempel (Vice-presidente sênior da Sony), Jason Jones (co-fundador da Bungie), Luis Villegas (CTO da Bungie) e Pete Parsons (CEO da Bungie). Em votações empatadas do comitê, Parsons é o “voto de minerva” que move decisões à frente ou as recusa.

É aqui que entra a reportagem do IGN: de acordo com o texto do site, essa composição só pode ser mantida se a subsidiária cumprir certas metas de faturamento. Caso ela falhe nessa empreitada, a Sony tem, contratualmente, o direito de dissolver e reformular o comitê diretor como achar melhor – incluindo colocar apenas “gente da Sony” e impor suas decisões na empresa.

O problema: segundo o IGN, funcionários da Bungie foram alertados que a empresa estaria 45% abaixo das projeções financeiras do ano de 2023. Parsons disse que isso é culpa do péssimo desempenho comercial de Destiny 2 – isso, nós mesmos podemos confirmar: a expansão mais recente do jogo, A Queda da Luz, é abismal de tão fraca.

Vale lembrar que, mês passado, a Bungie demitiu aproximadamente 100 pessoas em uma tentativa de “reestruturação” e corte de custos. A medida acabou enxugando o time de Destiny e adiando Marathon, outro jogo que a Bungie está desenvolvendo, originalmente anunciado em maio deste ano.

Pouco tempo depois, a expansão final de Destiny 2, chamada “A Forma Finaltambém acabou adiada para junho de 2024 “Sabemos que A Forma Final tem que se sair bem”, disse uma fonte da empresa ao IGN, que também afirmou que o clima da empresa é de “esmagar a alma”. A pessoa também disse que, caso a expansão não vingue, novas demissões são esperadas.

“Eu estou irritado. Bravo, até. Não foi para isso que eu vim para cá”, continuou a fonte. “Parece que a direção não escuta os dados que apresentamos e dizem que ‘só precisamos recuperar nossos fãs, eles ainda gostam de nós’. Não, eles não gostam. Nós perdemos algumas das pessoas mais experientes e amadas, que estavam aqui há mais de 20 anos. Todo dia, eu entro no escritório com medo de que eu ou meus amigos sejamos os próximos. Ninguém está seguro.”

Obviamente, nem Bungie, nem Sony comentaram o assunto publicamente.

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