A BGS 2023 trouxe diversos títulos não lançados para que o público pudesse testar. Assim, de forma antecipada, o TecMasters teve a chance de testar S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl, um jogo de tiro em primeira pessoa com o foco na história.

Além de testar o jogo, o TecMasters teve a oportunidade de bater um papo com dois desenvolvedores de S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl para saber o que mais esperar do jogo. Confira o que achamos!

Importante

O TecMasters teve acesso a uma versão de demonstração S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl que pode não representar o estado atual do jogo. O aviso fica por conta de esta versão de demonstração ter apresentado diversos bugs e crashes que impactaram negativamente a nossa experiência.

Esses problemas, claro, podem ser decorrentes de uma possível build antiga. Não apenas isso, vale lembrar que o estúdio do jogo foi hackeado e passou por problemas de desenvolvimento devido a guerra na Ucrânia, sendo até mesmo adiado em algumas ocasiões.

Dito tudo isso, o resultado da versão final do jogo pode ser diferente da versão que o TecMasters teve acesso na BGS 2023.

Um começo confuso

Na demonstração de S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl, nós começamos acordando com um cachorro, provavelmente afetado pela radiação, nos atacando. Assim, um homem estranho até nos ajuda dando um parafuso, que logo explica que serve para não morrermos para alguns eventos sobrenaturais.

A explicação do jogo é bem vaga e passou de forma tão repentina que não deu para entendê-la perfeitamente. De toda forma, deu para presumir que, a cada momento que sentirmos algo sobrenatural ou algum perigo, é preciso jogar este parafuso ou outro objeto para não morrer. Esse perigo também é alertado com uma espécie de apito, mas, mais uma vez, saliento que as instruções vistas na demonstração não foram claras o suficiente para entender o que era preciso fazer.

Passado este momento inicial, eu tive que seguir até uma parte da cidade abandonada, mas que estava sob o controle de inimigos. Neste ponto, eu poderia optar tanto por passar eliminando os inimigos ou no famoso modo stealth, ou seja, sem combate.

Infelizmente, devido ao pouco tempo de jogo que tive na versão demonstração, não foi possível aproveitar essa parte tão bem, uma vez que a indicação de onde estão os inimigos não estava clara, mas que parece ser algo proposital e que até faz sentido, como explicarei mais adiante.

Apesar deste começo até parecer interessante, dentro do contexto em que fui jogado na demonstração, tudo pareceu um tanto quanto confuso e rápido demais. As instruções do jogo passavam de forma rápida e a HUD com as informações cruciais sumia em alguns momentos.

S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl não perdoa erros

Quando comparado a outros FPS mais convencionais, pessoalmente, não achei a jogabilidade de S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl tão refinada. Ainda assim, alguns elementos me pareceram bem interessantes.

Para começar, atirar no jogo não é tão simples, uma vez que as armas apresentam um grande recuo que dificulta a mira. Isso até adiciona um pouco mais de realismo, mas alguns bugs estavam presentes. Por exemplo, clicar para dar mais um tiro quando a munição acabava não fazia com que a arma fosse recarregada automaticamente, algo comum em praticamente qualquer FPS.

S.T.A.L.K.E.R. 2 Heart of Chornobyl - combate

Imagem: reprodução/GSC Game World

Ao ser acertado por um tiro, ao invés do personagem perder apenas parte da sua barra de vida, o jogador sofre um tipo de sangramento. Esse ponto, honestamente, achei interessante por deixar tudo mais realista, apesar de tudo ser resolvido com um simples kit médico.

Além da questão do sangramento, o jogador também precisa ficar atento aos efeitos causados pela radiação. Essa parte, entretanto, eu não posso avaliar muito, uma vez que somente vi a barra por lá, mas não cheguei a ser afetado pela mesma durante as missões que realizei.

De volta ao combate, eu admito que morri algumas vezes durante a versão da demonstração até conseguir prosseguir. O combate, na versão de demonstração, foi bem rápido e deve ter durado em torno de 5 minutos ou menos, sendo que a minha sessão foi de aproximadamente 20 minutos no total.

Mais um ponto que atrapalhou a experiência, principalmente na hora do combate, foi a performance. O TecMasters testou o jogo em uma versão para PCs, mas diversos stutterings foram apresentados, além de crashes aleatórios.

Algo que pode explicar as mortes, como o desenvolvedor me disse, é que o S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl é um jogo que faz com que o jogador aprenda com os seus erros. Ou seja, provavelmente haviam mais caminhos que não me levassem a um combate direto ou com tantos inimigos, mas não houve tempo para explorar mais opções.

S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl terá campanha vasta

Durante a versão de demonstração, algo que me desapontou também foram os gráficos do título, que não estavam muito condizentes com um jogo da atual geração. Ainda assim, nesta questão, S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl me chamou a atenção com a sua ambientação.

Um dos prováveis motivos para isso, conforme o desenvolvedor me explicou na entrevista, fica no fato do jogo mostrar locais de verdade, ou seja, baseados no que é visto em Chernobyl.

Além desta questão de trazer um mapa interessante, outro ponto me chamou a atenção na entrevista. O desenvolvedor me explicou que é necessário aproximadamente 50 horas para zerar o jogo.

Não apenas isso, caso o jogador queira ver tudo, é necessário zerar o título mais de uma vez. Este fato se dá não apenas por conta das missões opcionais, mas por conta de S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl permitir que o jogador veja mais de um lado da história.

Os desenvolvedores não revelaram quantos finais existem, mas afirmaram que as escolhas ao longo da jornada fazem a diferença e que o desfecho de cada jornada ou campanha é diferente.

Pessoalmente, esta afirmação dos desenvolvedores me deixou bem animado para ver o que pode ser feito no jogo. Durante a versão de demonstração, eu até vi algumas missões opcionais sendo apontadas no mapa, mas não tive nenhum poder de decisão, sendo que algumas destas pareciam tratar de objetivos simples.

Algo que pode ajudar novos jogadores consiste no fato de não precisar ter jogado os títulos anteriores da franquia. Como um jogador novato da série, os desenvolvedores me explicaram que o jogo traz highlights das histórias dos outros títulos para ninguém ficar perdido.

Ainda assim, claro, eles explicaram que quem jogou os títulos anteriores terão um entendimento maior da história e poderão reconhecer muitas referências.

S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl parece interessante

Apesar de a experiência do TecMasters apontar diversos problemas, o S.T.A.L.K.E.R 2: Heart of Chornobyl parece trazer uma proposta interessante. O jogo aborda o problema da radiação e alguns eventos sobrenaturais, que aliados a uma cidade quase fantasma, parece ser bem atrativos para a campanha de um FPS.

A versão de demonstração também não apresentou praticamente nenhum detalhe da história, mas o fato do jogo ter uma campanha com mais de um final me agrada bastante. O combate, até entendo ser um pouco realista, mas alguns ajustes finos ainda podem ser feitos.

Como mencionamos no começo do texto, nós entendemos que o estúdio teve problemas para desenvolver o título, mas esperamos que alguns destes pontos sejam arrumados. Além disso, convenhamos, 20 minutos é pouco para julgar um título que é mais focado em sua história, ainda mais quando está com sérios bugs.

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