Uma das presenças mais constantes em toda edição da Brasil Game Show (BGS) é a Logitech. Na edição de 2022 da feita, não seria diferente: a fabricante suíça aproveitou seu suntuoso estande para anunciar aos membros da imprensa uma nova linha de produtos que inclui teclados, mouses, headsets, uma webcam e até produtos mais específicos de nicho, como um conjunto de volante e pedais cheios de recursos para quem jogos de corrida com uma pegada mais competitiva.

Ao mesmo tempo, o TecMasters teve a oportunidade de bater um papo rápido com Ricardo Filó, que lidera a divisão de gaming da Logitech para o Brasil e o restante da América Latina, sobre os rumos que a empresa almeja seguir daqui para frente, e falar um pouquinho sobre o G Cloud Gaming, o portátil que a empresa anunciou recentemente para o mercado norte-americano (por enquanto, pelo menos) e outras estratégias.

Foto mostra o estande da Logitech na BGS 2022

Foto: Liliane Nakamura/TecMasters

A Logitech acredita (e muito!) no cloud gaming

Jogar pela nuvem já deixou de ser um simples conceito para se tornar uma evidente realidade: sim, o Stadia efetivamente morreu, mas isso não significa que outros pilares não estejam levando o setor para frente – vide a Xbox Cloud da Microsoft e a GeForce Now da NVIDIA que não nos deixam mentir.

Por isso, a Logitech aposta em oferecer toda a sorte de produtos para seus usuários, que poderão, na opinião a empresa, usufruir de uma gama de produtos que os atenderão em qualquer demanda – seja no streaming, nos jogos em PC e consoles ou, com sorte, na nuvem.

Ao menos, é o que Ricardo Filó conta em nossa entrevista exclusiva:

Há três anos, a Logitech apostou na aquisição de outras empresas para ampliar sua gama de produtos. Hoje, vemos a linha Astro como um ótimo exemplo disso. Como, três anos e uma pandemia depois, essa estratégia progrediu? Vocês planejam continuar com essa premissa?

Ricardo Filó: Essas aquisições foram boas para nós, apesar do momento difícil que foi a pandemia, nos ajudando a ampliar nosso volume de vendas por agregarmos mais produtos ao nosso leque. Antes dessa época, nós havíamos adquirido a Astro e a Blue e, mais recentemente, nós adquirimos a Litra Glow, que faz produtos de iluminação para setups de streaming.

O ponto é que tudo isso nos ajudou a complementar a nossa linha de produtos para os criadores de conteúdo – temos webcams, teclados, mouses, microfones, headsets e, agora, iluminação (embora a Litra ainda não esteja no Brasil, nós estamos tentando inaugurá-la aqui.

Hoje, no entanto, temos uma nova diretriz, que é a de trazer esses produtos para dentro da marca Logitech: nós não vamos extinguir essas marcas – os headsets da Astro seguem se chamando “Astro”. Mas trazê-los para mais perto da Logitech nos ajuda a expandir a nossa abrangência em mercados onde nós ou elas não sejam tão conhecidos. O Japão, por exemplo, conhece muito a Logitech, e nem tanto a Astro: ao unir os dois nomes, podemos ampliar a percepção pública sobre a gente.

Sobre portáteis, você nos contou que não há previsão do G Cloud Gaming chegar ao Brasil. Entretanto, há a intenção de trazê-lo? Como vocês estão negociando essa vinda?

Nós definitivamente queremos trazer o G Cloud Gaming para cá, sim. Nós não temos como oferecer uma previsão de nada agora pois o anúncio do portátil é recente e, bem, existem vários fatores a serem considerados antes de um lançamento desses acontecer: ele é 100% focado em cloud gaming, então faz sentido que os EUA – que têm uma estrutura de internet melhor que a do Brasil – o recebam primeiro. Além disso, tem toda a questão de negociação de regulamentações junto à Anatel no Brasil.

O interessante é que existe também todo um trabalho de bastidor que envolve até as outras empresas: o GeForce Now da NVIDIA, por exemplo, tem seus servidores latinoamericanos hospedados no Uruguai, então é do interesse dela unir esforços conosco tendo em vista, pela compatibilidade do nosso portátil e a plataforma de cloud gaming deles, ambas possam tratar do assunto com as agências reguladoras cabíveis. Essas conversas poderiam ser mais rápidas? Sim, em teoria, mas muito disso é uma questão de burocracia já esperada e, como estamos em um estado bem embrionário dessas conversas, ainda é muito cedo para tecermos qualquer previsão.

Portátil Logitech

Imagem: Logitech/Divulgação

Ainda sobre portáteis, temos vivido um ressurgimento desse tipo de produto no mercado: além de vocês, temos o próprio Switch que traz uma portabilidade maior que seus concorrentes, fora o SteamDeck e a Razer. Você enxerga esse ressurgimento como uma oportunidade para que outras empresas entrem no mercado de jogos pela prática de hardware? Isso é algo que interessa a vocês a longo prazo?

Sim, definitivamente. Veja o exemplo do Nintendo Switch: é um console completo que briga de frente com os aparelhos de mesa, mas você o joga andando, viajando.

Particularmente sobre o nosso produto, nós não enxergamos o G Cloud Gaming como um “console portátil”, mas sim como uma espécie de “ponte” para o cloud gaming. Achamos que esse novo formato de jogos deve sim tomar uma posição de destaque nos próximos anos e queremos “surfar” nesta onda já cedo – tanto que o produto é compatível com a nuvem da Microsoft, da NVidia, do Google…

Mesmo da forma como o Stadia “morreu” recentemente, vocês acreditam nisso?

Sim. Mesmo com a situação do Stadia. O cloud gaming traz uma oportunidade de abraçar mais jogadores, considerando que os aspectos técnicos e estruturais estejam devidamente alinhados. Há muito o que se explorar nesta parte do setor e, com esse crescimento, isso se traduz em mais pessoas jogando, criando conteúdo e contando com as nossas outras linhas.

No que tange à linha luxo, vocês lançaram lá fora a Vantum, a cadeira em parceria com a Harman. Independente de ela vir para o Brasil ou não, esse nicho é algo que interessa a vocês a longo prazo?

Isso também entra em nossa ideia de oferecer toda a sorte de produtos para quem cria conteúdo e para quem joga. Obviamente, um produto como a Vantum é algo bem “de nicho”, mas costumamos brincar que, se pudéssemos, até a cama no quarto do streamer seria Logitech.

Essa cadeira, especificamente, deve vir para o Brasil, mas quem decide isso é a Herman Miller – nós somos parceiros deles nesse projeto. Mas definitivamente não é apenas um experimento. Queremos eventualmente oferecer outras vertentes de produtos e, melhor ainda, especificamente localizados para públicos de cada país onde atuamos.

Teclados, mouses e produtos para dominar o setup de todo streamer

Obviamente, nem só de divulgação de estratégia vive uma Logitech. Aproveitando a presença do TecMasters e outros jornalistas, a fabricante mostrou sua nova linha de periféricos, todos atendendo a uma gama considerável de consumidores.

Mouses

Foram três anúncios distintos de uma mesma família, com o carro-chefe sendo o G502 X Plus, que conta com iluminação LIGHTSYNC RGB, permitindo uma variedade de luzes e controle total de aproximadamente 16,8 milhões de cores. A detecção de jogo ativo automaticamente desliga as luzes quando o jogador não o utiliza, conservando a bateria de longa duração. O G502 X também tem duas variedades de cores, branco e preto.

Também foi mostrado o G502 X LightSpeed, cujo destaque é a conectividade profissional com um protocolo atualizado que oferece velocidade 68% maior que na geração anterior, além de 140 horas de bateria. Finalmente, o G502 X é uma releitura do clássico que foi lançado pela Logitech. Mas esse novo produto traz atualizações sendo mais leve, o total de quase 90 gramas a menos que o primeiro mouse da coleção.
Há também interruptores óptico-mecânicos híbridos LIGHTFORCE, que será apresentado pela primeira vez, e sensor submicrométrico HERO 25K. O mouse está disponível nas cores preto e branco.

Mouse Logitech

Imagem: Rafael Arbulu/TecMasters

Coleção Aurora

A coleção Aurora da Logitech traz toda uma suite de produtos para o jogador contumaz do PC: são um mouse, dois teclados e um headset, todos de alto padrão, com iluminação RGB, longa duração de bateria e alta precisão seja nos produtos cabeados ou nos sem fio.

O headset G735 é projetado para se adaptar ao público, o headset da Aurora Collection possui alça ajustável na área da cabeça, que proporciona maior conforto. Ele também tem conexão lightspeed, que não gera atraso no som; funcionalidade bluetooth multi mixer, podendo conectar ao celular, notebook e outros aparelhos, além de recursos de acessibilidade que permitem o seu uso por quem está de brincos, óculos ou alargadores de orelha.

Os teclados mostrados pela Logitech são essencialmente os mesmos, salvo por um ser cabeado e o outro, wireless: G713 e G715, respectivamente. Ambos possuem iluminação LED RGB sob as teclas, respeitando o visual colorido da coleção, e protetor de punho em forma de nuvem.

Finalmente, o mouse G705 também conta com LED, além de ser feito para quem tem mãos menores e sente dificuldade em utilizar os mouses disponíveis no mercado. Com sensibilidade ao toque até 8.200 DPI, o mouse foi feito para reduzir os movimentos, pois é mais sensível ao usuário. A bateria também é um destaque, tendo duração de até 48 horas.

[BGS 2022] Logitech aposta no cloud gaming enquanto lança nova linha de produtos para entusiastas dos games
[BGS 2022] Logitech aposta no cloud gaming enquanto lança nova linha de produtos para entusiastas dos games

Webcams

A BRIO 500 mostrada pela Logitech vem para suprir uma necessidade antiga de quem trabalha em home office: os ângulos desfavoráveis da webcam para quem atende a uma videoconferência. Neste produto, temos uma angulação altamente variável, com campo de visão de 90% verticais e centralização automática em quem está falando, para o caso de capturas de vídeo com mais de um usuário.

A câmera também conta com resolução full HD, inclinação manual para a exibição de objetos e obtudador físico automático, para preservação da privacidade do usuário quando a câmera não estiver em uso.

Logitech

Imagem: Rafael Arbulu/TecMasters

Pedais e Volantes

O kit de pedais e volantes Pro Racing Wheel é a principal aposta da Logitech na BGS 2022, priorizando o realismo dos jogos de corrida ao mesmo tempo em que se adapta às preferências do usuário. Por exemplo, se você não tem por hábito usar a embreagem manual, é possível desativar as pás laterais para que elas não atrapalhem a fluidez da sua partida.

Além disso, o motor de acionamento do volante conta com 11 newton-metros (nm) de força, resultando em uma latência mais baixa e uma resposta bem rápida dos comandos. A durabilidade aprimorada do produto também dá suporte a centenas de horas de jogo, já considerando os acionamentos rápidos e súbitos que são comuns aos reflexos dos maiores jogadores dos simuladores de corrida.

Logitech

Imagem: Logitech/Divulgação

 

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