Um memorando publicado no site da Amazon – e assinado pelo CEO Andy Jassy – confirma que o grupo de e-commerce e serviços de internet deve demitir mais 9 mil trabalhadores “nas próximas semanas”, sem estabelecer um período específico no calendário.

Segundo Jassy, as demissões devem impactar majoritariamente a Twitch, que a Amazon comprou em 2014; a parte de publicidade Amazon Ads e os serviços de tecnologia corporativa (Amazon Web Services). O CEO ainda disse que o escopo de áreas afetadas só será confirmado de forma mais definitiva na segunda quinzena de abril.

Imagem mostra um smartphone com o logotipo da Amazon na tela. O aparelho está dentro de um carrinho de compras, mas quase caindo para fora dele

Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock

“À medida em que concluímos a segunda fase de nosso planejamento operacional na última semana, eu estou escrevendo isso para compartilhar a nossa intenção de eliminar outras 9.000 posições nas próximas semanas — majoritariamente, em [áreas] AWS, PXT, Advertising e Twitch. Esta foi uma decisão difícil, mas uma que julgamos ser melhor para a empresa a longo prazo.

Deixe-me compartilhar um contexto adicional:

Como parte de nosso processo anual de planejamento, os líderes de toda a empresa trabalham junto de suas equipes para decidir quais investimentos eles querem fazer no futuro, priorizando o que é mais importante para clientes e a saúde do negócio a longo prazo. Por vários anos até o atual, a maior parte de nossas áreas de negócio criaram uma contagem significativa de postos de trabalho. Isso fazia sentido, dado o que vinha acontecendo em nosso negócio como um todo. Entretanto, devido à incerteza econômica em que nos encontramos, e a incerteza que reside em um futuro próximo, optamos por sermos mais fluidos em nossos custos e capital humano. O mandamento majoritário de nosso planejamento anual desta vez foi o de sermos mais enxutos, fazendo isso de forma que possamos, ainda, investir de formas robustas nas experiências essenciais de longo prazo dos clientes, as quais acreditamos poderão aprimorar significativamente as vidas dos consumidores e da Amazon.” – Andy Jassy, CEO da Amazon

A carta de Jassy ainda fala sobre como as decisões dos gestores levaram a Amazon a priorizar certas partes de seu negócio, por vezes remanejando membros entre equipes diferentes e, infelizmente, noutras vezes demitindo-os. O material relembra as demissões que a empresa fez em janeiro deste ano – na casa dos 18 mil funcionários – adicionando outros 9 mil à conta. Vale ressaltar: no mesmo período, outras empresas também realizaram demissões em massa.

Antecipando possíveis questionamentos, a Amazon ainda disse que os 9 mil a serem cortados não foram anunciados antes porque, na época das demissões anteriores, alguns gerentes de equipe ainda não haviam entregado suas análises de área. Inclusive, alguns ainda não entregaram as avaliações completas – daí a expectativa de finalizar todo o processo até o fim de abril.

“A todos os que serão afetados por essas reduções, eu quero agradecê-los por todo o trabalho que vocês dispensaram aos nossos consumidores e à empresa. Nunca é fácil se despedir de seus colegas de equipe, e a falta de vocês todos será sentida. A quem continuar conosco, estou ansioso para reforçar a nossa parceria de tornar a vida dos consumidores mais fácil diariamente, reinventando esse objetivo sem descanso.” – Jassi

Somados o corte anterior e o atual, até o fim do quarto mês de 2023, a Amazon terá demitido quase 30 mil pessoas. Segundo dados do Macrotrends, a empresa vem reduzindo o volume de capital humano desde o ano passado: em 2022, ela empregava pouco mais de 1,5 milhão de pessoas – uma queda de 4,17% em relação ao ano anterior, quando o volume passava de 1,6 milhão.

Demissões na Amazon causam respostas amargas nas redes

No Twitter, a notícia evidentemente não foi bem recebida, comentada de forma negativa até mesmo por quem ainda está empregado, mas já planeja enviar currículos para outras companhias:

“A Amazon vai ter mais uma rodada de demissões…as big tech estão na lama agora. Eu acho que vou começar a me candidatar a outras empresas, essa confusão toda é demais para o meu coração.

“Estou curiosa para saber o que mais a Amazon ‘cortou’ fora os postos de trabalho, porque é óbvio que eles não estão nem aí para seus funcionários depois de todos esses desligamentos.”

Ainda não há informações sobre como isso deve afetar a Amazon no âmbito global: no Brasil, a Twitch e a AWS têm uma posição relativamente forte no mercado, mas a carta assinada pelo CEO dá sinais de que o impacto não ficará restrito aos EUA, então novidades também podem ser percebidas por aqui.

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