A Microsoft deu mais um passo à frente na aquisição da Activision Blizzard, graças à autorização concedida à continuidade da negociação pela autoridade econômica do Chile, a Fiscalia Nacional Económica (FNE).

Em um comunicado publicado no site oficial do órgão ligado ao governo federal chileno, a FNE entendeu que a aquisição por parte da Microsoft não trará nenhum tipo de redução na capacidade de concorrência vinda de outras empresas – este, aliás, é o principal argumento da Sony em sua ferrenha oposição à negociação.

Call of Duty: Modern Warfare 2 (2022), da Activision Blizzard

Call of Duty: Modern Warfare 2 foi o lançamento mais recente da franquia de jogos de tiro da Activision Blizzard (Imagem: Activision/Divulgação)

A autoridade também acredita que, ao contrário do que dizem os opositores, é pouco provável que a Microsoft vá tornar a franquia Call of Duty, a principal marca da Activision Blizzard, em um produto exclusivo dos consoles Xbox e dos PCs pois, no entendimento do órgão, a pressão de outros competidores do gênero dos jogos de tiro em primeira pessoa torna a manutenção do status da franquia como “multiplataforma” uma necessidade.

Em outras palavras: a FNE entende que, se Call of Duty virar um produto exclusivo, a marca vai sair perdendo frente a concorrentes como Battlefield e outros títulos, que continuarão servindo a todos os consoles e, consequentemente, ganharão terreno no vazio deixado pelo atual líder do setor.

Outro ponto que a Sony já levantou, mas que a FNE descarta, é a noção de que consumidores vão determinar qual console comprar com base em onde Call of Duty estará atuando. O órgão conduziu enquetes públicas com o público chileno e, segundo ele, os resultados sugerem que isso não vá se tornar uma realidade.

A proposta de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft foi originalmente anunciada em 18 de janeiro de 2022. Entretanto, regras internacionais de economia impedem que esse tipo de negociação seja fechada logo de cara, e regulamentações governamentais devem ser levadas em consideração a fim de se impedir a falta de competitividade no mercado.

Desde então, as duas empresas – a Activision Blizzard já acatou a proposta de US$ 68,7 bilhões (R$ 373,79 bilhões) feita pela Microsoft – vêm enfrentando litígios e questionamentos por parte de algumas partes opositores. Majoritariamente, a Sony, concorrente principal da Microsoft nos games com o seu PlayStation.

O problema é que essas negociações devem ser aprovadas “país a país” onde a Microsoft ou a Activision Blizzard tenham alguma presença direta. Ao mesmo tempo em que a ideia foi aprovada na FNE chilena, por exemplo, ela segue em fase de pré-depoimento na Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos e a Autoridade de Concorrências e Mercados (CMA) do Reino Unido, que ainda estão questionando o acordo.

Ainda não há uma data definitiva para que tudo isso fique para trás e a Microsoft possa finalmente seguir em frente com a sua aquisição (que não contempla apenas Call of Duty, mas várias outras propriedades intelectuais da Activision Blizzard, como Spyro, the Dragon, Diablo, StarCraft, World of Warcraft e Overwatch, para citar algumas), mas ao menos a aprovação chilena é um passo na direção que a empresa considera como certa.

via Fiscalia Nacional Económica

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