Em um post em seu canal, o CEO do Telegram, Pavel Durov, afirmou que o app de mensagens instantâneas tem o potencial de fazer muito dinheiro com um meio diferente: a venda de nomes de usuário e de grupos e a criação de plataformas de revenda desses mesmos nomes entre a base do aplicativo, que hoje conta com aproximados 700 milhões de usuários.

A afirmação veio junto da celebração da TON (The Open Network), a qual o Telegram criou, mas foi forçado a se desfazer após processos judiciais movidos pelas autoridades norte-americanas, que acusaram a empresa de praticar a versão estadunidense de um esquema de pirâmide ao permitir a revenda de criptomoedas dentro do app.

Imagem mostra uma pessoa usando o app de mensagens Telegram, que pode vender nomes de usuários como fontes de receita

O Telegram já conta com a venda de assinaturas como forma de receita, mas pode começar a vender nomes de usuários para complementar (Imagem: Christian Wiediger/Unsplash)

Na última segunda-feira (22), uma série de domínios atrelados à TON (wallet.ton, casino.ton e similares) foram colocados em leilão, e segundo Pavel Durov, a ocasião foi um sucesso, com arremates somando mais de 150 mil toncoins, a moeda usada pelo app de mensagens para comércio dentro da plataforma. Trocando em miúdos, isso fica em torno de US$ 200 mil, ou cerca de R$ 1 milhão.

A mina de ouro do Telegram

Para Durov, a ocasião é uma a se comemorar, mas o CEO aproveitou o ensejo para dizer que, em um modelo comercial dentro desses moldes, o Telegram pode faturar muito mais:

“Se a TON foi capaz de atingir esses resultados, imagine o quão bem sucedido seria o Telegram com seus 700 milhões de usuários, se nós reservássemos ‘arrobas’ de nomes de usuários, grupos e links de canais para leilões. Além dos milhões de endereços ‘t.me’ mais memoráveis como ‘@storm’ ou ‘@royal’, todos os nomes de quatro letras poderiam ser colocados à venda (@bank, @club, @game, @gift etc).

Isso criaria uma nova plataforma, onde donos de nomes de usuário poderiam transferi-los para partes interessadas em acordos protegidos – com a propriedade assegurada em blockchain por meio de um contrato inteligente em NFT. Outros elementos do ecossistema, incluindo canais, stickers e emojis, também poderiam se tornar parte desse marketplace.”

Na prática: lembra-se de casos mais antigos, onde uma pessoa detinha o registro de um domínio que interessasse a uma empresa com o mesmo nome desse domínio, e essa empresa lhe faria uma proposta pela compra do registro? A ideia do CEO é parecida, mas pelo caminho inverso. No plano dele, membros da base do app registrariam os nomes já na intuição de vendê-los a quem interessasse, gerando assim uma plataforma de venda e revenda.

Evidentemente, ao menos por enquanto isso não passa de uma ideia: atualmente, o Telegram faz dinheiro com a comercialização de assinaturas – no Brasil, uma mensalidade de R$ 24,90 lhe confere acesso a uploads de arquivos de até 4 GB de tamanho, downloads sem limitação de velocidade, imagem de perfil animada, insígnia de perfil mostrando que aquele é um usuário pagante, um ícone exclusivo do app no celular e a dobra de todos os limites – ou seja, participar de até mil canais, 20 pastas de conversas, quatro contas no mesmo app e outras benesses.

Além disso, o app oferece aos seus usuários uma plataforma de promoção – ela se chama Telegram Ads – que funciona mais ou menos aos moldes do Facebook Ads, ou seja, promove a exibição de propaganda em canais de maior volume de usuários e permite a divulgação de postagens de seus clientes para a base.

Via Durov’s Channel

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