Uma das novidades anunciadas na última terça-feira (12) para o Apple Watch Series 7 foi a chegada de um teclado nativo QWERTY, chamado de QuickPath. Embora o recurso tenha chamado a atenção dos usuários da Apple, ele está sendo acusado de plágio por Kosta Eleftheriou, fundador do app FlickType.

Basicamente, o QuickPath consiste em um teclado desenvolvido para o novo smartwatch da big tech. Ele foi criado para que os usuários possam rapidamente digitar ou responder mensagens diretamente do relógio. O “único” problema é que o recurso não é, de fato, inovador e já havia sido criado anteriormente.

Em 2018, Eleftheriou lançou o app FlickType para o iPhone: um teclado de acessibilidade voltado para usuários cegos ou com baixa visão que permitia digitações no dispositivo. Dois anos mais tarde, a ferramenta ganhou uma versão complementar para o Apple Watch, chegando ao topo da App Store por um determinado período.

Isso, por si só, já seria motivo para o o dono do FlickType ficar furioso com a gigante. Mas as recentes retiradas da ferramenta da loja de aplicativos da Apple pioraram ainda mais a situação, já que o “lançamento” de um recurso logo após a exclusão de outro similar é, no mínimo, curioso.

Assim que Tim Cook, CEO da empresa da maçã, anunciou o Apple Watch Series 7, Eleftheriou foi ao Twitter para expressar sua indignação. Além de revelar o e-mail recebido pela companhia para justificar a exclusão de seu app, ele confirmou que vai levar o caso à justiça. “Te vejo no tribunal, Apple”, publicou o dono do FlickType.

Apple x FlickType

Segundo o e-mail compartilhado por Eleftheriou, a big tech justificou a retirada do FlickType da App Store (iPhones) no início deste ano por “violações das diretrizes de interface humana do iOS da Apple” e “violação da seção das diretrizes de revisão da App Store”.

A big tech chegou a afirmar que o app é “um teclado para Apple Watch” e por este motivo seria retirado de sua loja nos iPhones. Vale lembrar que a versão original, de 2018, foi criada justamente para celulares, e o modelo adaptado para os relógios inteligentes foi lançado apenas em 2020.

Ícone da loja de apps da Apple

Para Eleftheriou, Apple não conseguiu justificar retirada de seu aplicativo da App Store. Foto:
James Yarema/Unsplash

Inclusive, esse foi um dos motivos que levou Eleftheriou a abrir um processo contra a Apple no início do ano. Mas o buraco é bem mais fundo: logo após a retirada de seu app, ele alegou que a empresa havia tentado adquirir seu aplicativo e que a companhia não moveu “uma palha” para conter os feedbacks mentirosos na App Store.

O FlickType até chegou a retornar para a App Store, mas a Apple tratou de banir a ferramenta novamente no mês passado. Segundo a empresa, o aplicativo necessitava de “acesso total” à rede para funcionar com outros recursos do iOS, o que não é permitido.

Eleftheriou, no entanto, contesta. Ele afirma que se a Apple tivesse experimentado o app ou tivesse consultado conversas anteriores teria visto que o teclado de acessibilidade funciona bem mesmo sem acesso à rede.

Alegações

Devido à novela envolvendo a big tech e FlickType, Kosta Eleftheriou acusa a empresa da maçã de propaganda enganosa, concorrência desleal em violação ao código de negócios e profissões da Califórnia, violação de boa fé e negociação justa em relação ao Contrato de Licença do Programa de Desenvolvedor da Apple, fraude, negligência e deturpação negligente.

Nas próximas semanas, o dono do FlickType deve entrar com um novo processo contra a gigante, desta vez, com alegações de plágio de seu produto. Mas tendo em vista os recentes julgamentos envolvendo a big tech, é difícil cravar se Eleftheriou terá sucesso em sua busca por justiça.

Fonte: XDA-Developers

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