Quando você pensa em “videogames”, apenas os aparelhos mais contemporâneos passaram a considerar – e mesmo assim, bem vagamente – fatores como o sistema operacional. Aparelhos mais antigos, como o Nintendinho, Super Nintendo, Mega Drive, não tinham uma interface muito complexa e, na maioria, partiam diretamente para rodar o jogo neles inserido.

Não mais: o time de especialistas da Inkbox Software decidiu, apenas por diversão, contornar todas as restrições técnicas do antigo NES 8-bit (o já citado “Nintendinho”) e criou um sistema operacional inteiro para ele.

Apelidado de “NES-OS”, o sistema tem interface acessível tal qual um computador, com mouse e ícones que você pode movimentar pela tela.

NES-OS, o OS do Nintendinho

Ok, “sistema operacional tal qual um computador” pode ser uma boa forçada da expressão: o Nintendinho tem tecnologia da década de 1980. Isso significa que não havia muito espaço para criar algo avançado demais.

Ainda assim, os técnicos conseguiram levantar uma interface que comporta até dois aplicativos – um editor de textos e o app de ajustes/configurações de sistema – além de oito arquivos de texto de no máximo 832 bytes de tamanho.

Ao todo, o NES-OS conta com 48 kilobytes (KB) de tamanho. Para se ter uma noção comparativa: uma única foto no iPhone tem, em média, 3 megabytes (MB) de tamanho, podendo aumentar consideravelmente dependendo dos recursos acionados no smartphone.

Considerando que 1 MB equivale a 1000 KB, uma única foto do iPhone equivale a quaaaaase 21 replicações do NES-OS. Detalhe: por “foto do iPhone”, entenda um arquivo mais “padrãozinho” possível – HDR desligado, zero filtros…literalmente, abrir o app da câmera e bater o registro.

Segundo o time, o mais complicado foi implementar a memória gráfica: entrando um pouco no “tecniquês”, o Nintendinho só tem duas grades de exibição gráfica – uma para elementos no primeiro plano, outra para elementos no plano de fundo. Na prática, isso permite que o antigo console reproduza apenas 64 sprites por imagem. Por essa razão, aliás, que muitos jogos do NES têm um efeito conhecido como “flickering”, ou seja, quando a imagem na tela “balança” várias vezes de forma bem rápida.

Para contornar isso, os criadores do NES-OS tiveram que mesclar sprites para formar imagens maiores, mas que seriam reconhecidas como um arquivo, ao mesmo tempo em que esses arquivos tinham compressão de tamanho para que não ocupassem espaço demais. Bom, isso e literalmente modificar o console.

O projeto todo, como dissemos, foi feito apenas como uma gracinha tecnológica, mas a equipe da Inkbox Software disponibilizou uma versão baixável (ROM) do NES-OS para que a comunidade brinque.

via Hackaday

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