Se você tem R$ 75 mil para despender anualmente, então você pode ser um contratante de “funcionários virtuais” na China, de acordo com novo relatório divulgado pelo Kantar. O levantamento estima que o setor tem projeção de crescimento de 45% no mercado asiático para os próximos anos.

“Funcionários virtuais” é uma nova forma de se referir a assistência virtualizada humanizada – pense na Siri ou Alexa, mas com um pouco mais de interação e capacidade simulada de, por exemplo, entrar com você em uma reunião ou ser convidada especial de alguma apresentação artística.

Foto mostra o rapper Tupac Shakur "se apresentando" ao lado de Snoop Dogg na edição de 2012 do Coachella: na China, a mesma tecnologia vem sendo usada para criar "funcionários virtuais"

O rapper Tupac Shakur “se apresentou” ao lado de Snoop Dogg na edição de 2012 do Coachella: o cantor originalmente morreu em 1996. Na China, a mesma tecnologia vem sendo usada para criar “funcionários virtuais” (Imagem: Coachella/Reprodução)

Corroborando o relatório, a Baidu afirmou que o volume de projetos do tipo dobrou desde o ano passado, com a empresa oferecendo soluções entre US$ 2 mil e US$ 14 mil ao ano.

A tecnologia em si não é exatamente nova: nos EUA, ela deu as caras virtuais com apresentações contemporâneas do rapper Tupac “2Pac” Shakur – ele próprio morto em setembro de 1996. Essencialmente, é uma aplicação que combina animação, machine learning e tecnologia sonora inteligente, tudo aplicado na criação de uma experiência humanamente reconhecível do nosso ponto de vista.

Enquanto o ocidente vem flertando com isso em aspectos mais artísticos, porém, na China, esse modelo vem entrando cada vez mais na vida cotidiana: secretários e secretárias virtuais de presidentes e CEOs, mascotes de marcas (pense na “Lu da Magalu” e você vai chegar perto da ideia) e afins.

Li Shiyan, que lidera a divisão robótica da Baidu, vai mais além, estimando que o setor deve crescer 50% ou mais até 2025, cortesia da popularização da tecnologia, que trará preços cada vez menores, ampliando a adoção.

O governo chinês, inclusive, quer aproveitar essa onda, e já estima investimentos na casa dos 50 bilhões de remimbi (quase R$ 39 bilhões) para consolidar a indústria ao mesmo tempo em que cria algumas “pessoas virtuais” a serviço do funcionalismo público.

Outra análise interessante do estudo do Kantar é que, de uma forma prática, “funcionários virtuais” são, tecnicamente, construídos, e assim as marcas que os detém podem evitar escândalos que possam ser negativamente atrelados às suas imagens. E 45% dos publicitários chineses admitem a possibilidade de patrocinarem eventos com integrantes virtuais nos próximos dois anos.

via CNBC

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