Os executivos do Facebook estavam cientes de que o número de usuários que seus anunciantes poderiam alcançar estava superestimado. A informação é de um processo relatado pelo Financial Times.

Um gerente de produto alertou executivos da empresa em 2018 que os números potenciais de alcance do público do Facebook estavam “profundamente errados” e inclusive sugeriu alterar as métricas para torná-las mais precisas – e reais.

Mas, ao que tudo indica, os executivos seniores simplesmente rejeitaram as mudanças, dizendo que o impacto sobre a receita seria “significativo”, de acordo com o documento divulgado.

Jogo sujo do Facebook?

O processo diz que o Facebook usava contas falsas e duplicadas em suas métricas de alcance potencial; assim, os números sugeridos em certas regiões chegavam a ser maiores do que o número de pessoas que viviam no local.

“O Facebook sabia há anos que seu alcance potencial era enganoso e ocultou esse fato para preservar seus próprios resultados financeiros”, afirma o documento.

Facebook

Trecho do documento divulgado – Imagem: reprodução/Twitter

Apenas estimativas

O Facebook se defende. Diz que os números eram apenas estimativas e que os anunciantes não pagam com base no alcance potencial, mas sim nas impressões de anúncios e cliques.

Ainda assim, os números de alcance são usados ​​por anunciantes por motivos de orçamento, e o próprio Facebook disse em um documento interno que o dado era “indiscutivelmente o número mais importante em nossas interfaces de criação de anúncios”.

A história se repete

Esta não é a primeira vez que o Facebook é acusado de inflar o número de usuários na plataforma. Em 2016, a empresa admitiu que havia exagerado as visualizações dos vídeos dos usuários por dois anos. Em 2019, a rede social comandada por Mark Zuckerberg concordou em pagar 40 milhões de dólares para liquidar as reivindicações.

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