Apertem os cintos, mas não se preocupem mais em desligar seus celulares. Soa estranho para qualquer pessoa que já tenha viajado de avião. Curioso é que a afirmação pode se tornar ordinária no futuro. Nos Estados Unidos, a Administração Federal de Aviação está fazendo testes com celulares ligados dentro da cabine de aeronaves leves. Pra quê? A ideia é exatamente aumentar a segurança dos voos.

Atualmente é ilegal manter o celular ligado (sem o “modo avião” ativado) durante um voo – sim, quem o faz está transgredindo uma lei. Mas isso pode mudar.

O objetivo desses testes é usar o celular ligado dentro da cabine como uma proteção contra ataques de falsificação de GPS. A informação foi dada em primeira mão pela Spectrum.

Os testes foram realizados no estado da Virgínia, usando smartphones comuns conectados às redes 4G e 5G disponíveis na região. Um aplicativo exclusivo rodando no celular registra e transmite à FAA as informações do GPS do aparelho. Ainda que o app não consiga dizer a localização exata do avião, a ferramenta pode emitir um alerta se houver uma incompatibilidade com os dados do GPS da aeronave.

Vale lembrar que o sistema GPS de localização, que usa uma constelação de satélites para determinar a geolocalização do dispositivo, está longe de ser perfeito. Além de fracos, os sinais são relativamente fáceis de dominar ou mesmo falsificar (técnica de “spoofing”).

EUA testam celular ligado em avião para aumentar segurança

Imagem: Alevision Co / Unsplash

GPS “extra” no avião

Com tecnologias de navegação diferente dos grandes aviões comerciais, as pequenas aeronaves carecem de tecnologias de navegação de backup; ou seja, se o GPS falhar…

“Existem certas fases do voo, como abordagens em mau tempo, em que você confia no GPS para evitar que encontre rochas entre as nuvens”, disse Jim Chadwick, pesquisador e piloto.

Os smartphones (Android ou iOS) trazem o “modo avião” de fácil acesso há bastante tempo. O que minimiza qualquer risco dos aparelhos interferirem na navegação e comunicação das aeronaves. Mais do que isso, as evidências de que um celular possa causar problema em um voo são cada vez menores – o que tranquiliza os executores dos testes.

“Estamos esperançosos, mas primeiro precisamos descobrir se vai funcionar ou não. E mesmo que isso aconteça, muitas coisas regulatórias teriam que acontecer para que isso eventualmente se tornasse um sistema aprovado”, disse o gerente do projeto Rick Niles.

E para quem se animou com a afirmação que abre este texto, uma má notícia: segundo Niles, quando (e se) a tecnologia for aprovada, ela será usada por pilotos – não passageiros em voos comerciais.

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