O cofundador do Twitter Jack Dorsey pretende financiar novos esforços para o “desenvolvimento aberto da internet”, começando com a doação de US$ 1 milhão ao ano para o mensageiro focado em privacidade Signal na semana que vem. Em um post publicado na terça-feira (13), o empresário dividiu algumas reflexões, assumiu culpa e criticou o caso Twitter Files, um conjunto de documentos internos do Twitter compartilhados com jornalistas pelo atual proprietário Elon Musk no início do mês.

Para acelerar o trabalho de internet aberta e de protocolo, vou abrir uma nova categoria de bolsas #startsmall: “desenvolvimento de internet aberta”. Começará com um foco de dar subsídios em dinheiro e em ações para equipes de engenharia que trabalham em mídia social e protocolos de comunicação privada, bitcoin, e um sistema operacional móvel somente para web. Farei algumas concessões na próxima semana, começando com US$ 1 milhão/ano para o Signal. Por favor, me avise sobre outros grandes candidatos para este dinheiro.

Na postagem, Dorsey também admitiu a culpa pelos erros do Twitter, afirmando que os princípios os quais ele esperava construir – resiliência ao controle corporativo e governamental, conteúdo controlado pelo usuário sem exceções e moderação algorítmica – não estão presentes hoje e nem estavam na época quando era líder da rede social.

Cofundador do Twitter planeja financiar desenvolvimento da 'internet aberta' e deve doar US$ 1 mi ao Signal

Imagem: osunpokeh, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

A esperança de construir um Twitter de acordo com seus desejos morreu em 2020, com a entrada de um investidor ativista anônimo. “Eu planejei minha saída naquele momento sabendo que não era mais certo para a empresa”, escreveu ele.

No entanto, ao contrário das insinuações que acompanham o Twitter Files, Dorsey defende que “não havia má intenção ou propósitos ocultos, e todos agiram de acordo com as melhores informações que tínhamos na época”.

Ainda sobre o caso, o ex-CEO advertiu que assédio à ex-equipe é míope e perigoso ao serem muito seletivos no que publicam e nos trechos editados. Em particular sobre Yoel Roth, o antigo chefe de Confiança e Segurança, que é descrito como um abusador de poder e guiado por agendas. De acordo com o TechCrunch, Roth teria sido assediado pessoalmente e com seriedade suficiente para se ausentar temporariamente de sua casa.

“Gostaria que fossem publicados ao estilo WikiLeaks, com muito mais olhos e interpretações a considerar. E junto com isso, compromissos de transparência para ações presentes e futuras”, disse ao criticar os jornalistas por trás das publicações do Twitter Files. “Tenho esperança de que tudo isso aconteça. Não há nada a esconder… apenas muito a aprender. Os ataques atuais aos meus antigos colegas podem ser perigosos e não resolvem nada. Se você quiser culpar, dirija-se a mim e a minhas ações, ou a falta delas.”

Entre outras reflexões que Dorsey disse “com base em tudo que aprendi e experimentei por meio das minhas ações passadas como cofundador e líder no Twitter”, há também soluções reais como o seu trabalho em Bluesky, que como Mastodon e Matrix, são vias úteis para o desenvolvimento da internet aberta.

Haverá muitas mais. Um terá uma chance de se tornar um padrão como HTTP ou SMTP. Não se trata aqui de um “Twitter descentralizado”. Este é um impulso focado e urgente para um padrão de tecnologia fundamental para fazer da mídia social uma parte nativa da Internet.

Além do Signal, Jack Dorsey anunciou em um tweet na noite desta quinta-feira (15) que pretende doar a mesma quantia anual ao Projeto Tor.

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