A Xiaomi não perdeu tempo em tranquilizar seus seguidores quanto a um dos possíveis problema de smartphones adotarem câmeras de centenas de megapixels (MP): segundo prometeu o CEO da chinesa, Lei Jun (via Twitter), o Xiaomi 12T não terá esse problema, embora não tenha explicado como a empresa vai cumprir essa meta.

Segundo o executivo, apenas instalar uma câmera de alta capacidade em um smartphone não é suficiente, pois ao mesmo tempo em que ela pode tirar fotos de grande qualidade, o aparelho deverá ser capaz de fazer o processamento dessas imagens – e usar atalhos nessa parte pode aumentar o tempo que o produto gasta para “finalizar” a foto. Alguns, disse Jun, chegam a cinco segundos de tempo de espera, o que ele chamou de “impensável”.

Jun afirma que sua equipe interna já vem produzindo fotos com protótipos do novo aparelho, com resultados “soberbos”. Segundo ele, as fotos normais tiradas com uma lente de tanta capacidade trazem tanta qualidade óptica quanto um sensor teleobjetivo, com a vantagem de ser mais aberto e capturar mais elementos de uma cena.

Inclusive, os tuítes mais recentes de Lei Jun parecem se concentrar bastante neste sensor de 200 MP que será implementado no Xiaomi 12T, que tem previsão de lançamento para a próxima terça-feira, 4 de outubro, no mercado internacional.

Da Xiaomi ou de outros, como funciona uma foto de celular?

Embora o usuário fique isolado das partes mais técnicas da tarefa, tirar uma foto pelo celular não é apenas uma questão de enquadrar a cena e apertar um botão na tela. Essencialmente, essa é apenas a primeira parte de uma equação que envolve não só a câmera, mas também o aplicativo pelo qual ela funciona, o chip do aparelho (processador) e o sistema operacional.

Na prática, quanto maior a resolução de um sensor de câmera, mais “dados” a imagem que ele produz terá. E esses dados deverão ser processados em uma linguagem que faça o smartphone reconhecer aquilo como “imagem”, a fim de exibi-la de acordo. Nisso, entra o software da câmera, que inicia o processo de processamento desses dados em sua forma mais bruta.

Esse processo conversa intimamente com o “sistema sobre o chip” (SoC, na sigla técnica), que envolve o processador do aparelho. Sabe quando falamos sobre a última geração dos processadores Snapdragon, da Qualcomm? Bom, essa parte cabe a ela. Quanto mais avançado o processador, melhor será a sua habilidade de…processar. Por essa razão, smartphones com processadores intermediários tendem a ter câmeras intermediárias.

Banner divulgado pela Xiaomi ressalta as qualidades de imagem 12T Series, linha do seu próximo smartphone

Imagem: Xiaomi/Divulgação

Em outras palavras, se um smartphone tem uma câmera “parruda”, mas um conjunto interno que não acompanha esse volume, então o processamento será mais lento. Consideravelmente mais lento – e aí reside um problema: o início de tratamento de uma imagem requer que você fique parado para que ela seja enquadrada.

Já reparou em certos momentos de quanto você bate uma foto no celular e imediatamente se mexe, apenas para ver que a imagem resultante ficou arrastada, borrada ou, pior, saiu completamente do quadro e acompanhou seu movimento? Isso é culpa de um processamento lento.

Agora, imagine ter que ficar 5 segundos parado, segurando uma câmera. Mas não só você: o seu grupo de amigos que lhe pediu para fazer aquele registro da turma no churrasco, todos, parados, segurando sorrisos, penteados, abraços e barriguinhas salientes…por cinco segundos. É, você pegou a ideia.

Lei Jun, como dissemos, não explicou como seu time pretende contornar isso. Em um de seus muitos tuítes do assunto, ele mencionou que “devido aos desafios de pesquisa e desenvolvimento, muitas marcas desistiram da tecnologia de ultra processamento de imagens em HD, mas nós ainda queremos explorar mais esse caminho, pois acreditamos que ele é essencial para uma experiência de usuário espetacular”.

via Lei Jun (Twitter)

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