A publisher japonesa Atlus moveu uma ação contra dois fãs que ressuscitaram o antigo MMO Shin Megami Tensei: Imagine. O jogo foi formalmente desligado pela empresa em 2016, e segundo a documentação do processo, ela acusa os dois internautas de violação de direitos autorais com a empreitada.

O processo chama o projeto de “uma óbvia cópia”, alegando que pelo menos um dos dois acusados operava um site que disponibilizava o jogo “com suas próprias informações de copyright”. Em outras palavras: não é a questão de trazer o jogo de volta à vida, mas assinar o projeto como se ele fosse de sua autoria.

A ação acusa os dois usuários – identificados apenas como “Rekuiemu” e “COMP_Hack” a fim de preservar suas informações civis – de “causarem danos contínuos e irreparáveis à Atlus, e assim continuarão a não ser que sejam impedidos pela Corte”. O processo foi aberto em dezembro de 2021, mas apenas agora chegou a um ponto onde os acusados foram intimados a comparecer à frente de um juiz.

A Atlus pede indenização de US$ 25 mil (R$ 673 mil, aproximadamente) por “cada acusação de violação” do DMCA (“Ato dos Direitos Autorais do Milênio Digital”, na sigla em inglês). Além disso, a empresa exige pagamento de multa adicional para fins de “alívio monetário em valor a ser estipulado em relação aos danos arcados pela Atlus” – por um jogo morto há seis anos.

A premissa de Shin Megami Tensei: Imagine é ambientada após os eventos do primeiro jogo da marca e sua sequência direta no Japão. Basicamente, após uma guerra ter devastado a humanidade, o que restou dela agora percorre as ruas destruídas de Tóquio, enfrentando demônios e espíritos malévolos no papel de um “Demon Buster”. Antes de seu fim, Imagine recebeu críticas favoráveis e um bom volume de usuários no Japão, onde a franquia é mais evidente.

No ocidente, Shin Megami Tensei é mais conhecido pela sua franquia spin-off, Persona.

Vale lembrar que os dois acusados em nenhuma forma alteraram a premissa ou ofertas do jogo, apenas criando um servidor que disponibilizasse o acesso a ele por fãs mais nostálgicos. À parte do envolvimento da Atlus, não há qualquer diferença entre o original e o “renascido”. Também não há informações sobre os dois fãs terem qualquer ganho comercial em cima do projeto.

A ação judicial não agradou muito aos fãs da empresa e do jogo, com alguns dizendo que se trata de uma tentativa de ganhar dinheiro em cima de um projeto independente, enquanto outros já afirmaram estarem sentindo falta diante da probabilidade do título ser efetivamente desligado – de novo.

A documentação da Corte não ofereceu datas para quando as audiências estão previstas, então o assunto ainda deve demorar a ver uma solução – exceto se as partes chegarem em algum acordo.

via @MarshSMT | Court Listener

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