A Ubisoft cumpriu o prometido ao detalhar o jogo Assassin’s Creed Mirage durante o seu evento Ubisoft Forward, no último sábado (10), mas a exibição do jogo acabou trazendo novas questões. Segundo vários relatos no Twitter e em fóruns online, a nova entrada da franquia produzida pela publisher francesa teria classificação etária para maiores de idade pois, entre vários outros motivos, teria “elementos de aposta real”.

Felizmente, a Ubisoft veio a público (via GamesIndustry.biz) para esclarecer que nada disse é verdade e que as exibições durante o evento foram “um erro”.

De acordo com a publisher, Assassin’s Creed Mirage ainda não teve uma classificação etária determinada. Embora seja este o caso, porém, a Ubisoft já assegurou que o jogo não terá nenhum elemento de aposta e nem mesmo terá as famosas loot boxes, itens de caráter randomizado que o jogador compra com dinheiro real, mas não necessariamente sabe o que vai receber.

“Após o anúncio de Assassin’s Creed Mirage durante o Ubisoft Forward, algumas páginas de lojas online erroneamente exibiram o jogo para pré-venda com o selo ‘Adults Only’ da ESRB e estes estão sendo arrumados.”

A ESRB (ou “Comitê de Classificação de Softwares de Entretenimento”, na tradução da sigla) é o órgão formado por diversos representantes da indústria norte-americana de jogos. É ela quem determina a idade que serve de público-alvo para novas produções. O “Adults Only” (ou “AO”) deles corresponde ao “Destinado a Maiores de 18 anos” que vemos aqui no Brasil pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Jogos com o selo “AO” estão cada vez mais raros no mercado: Hatred, de 2015, foi o último oficialmente liberado com essa classificação, enquanto outros chegaram a apresentá-la, mas foram reduzidos de última hora devido a edições de conteúdo, como foi o caso de Agony ou Outlast 2.

Nos EUA, existe uma amplitude de classificações mais aberta que a nossa e, na maioria dos casos, os jogos com temáticas mais intensas recebem o selo “M” (“Mature”, que contempla 17 anos ou mais): tal foi o caso de e de Assassin’s Creed Valhalla, o último lançado pela Ubisoft.

Imagem mostra os selos de classificação etária da ESRB, a comissão que determina para quais públicos os produtos de software são direcionados

Todos os selos de classificação etária da ESRB: comissão tem marcações de idade que vão desde o público infantil, passando pelo adolescente e indo até a fase adulta (Imagem: ESRB/Reprodução)

Essa questão é bastante perniciosa, do ponto de vista comercial: muitos lojistas e comerciantes temem que a exibição de jogos “Para maiores” em suas vitrines possa afugentar possíveis clientes – crianças acompanhadas dos pais, por exemplo. Em junho deste ano, uma normativa determinada pelo Ministério da Justiça proibiu que lojistas no Brasil exibam produtos de natureza adulta em locais de fácil visualização – a regra vale majoritariamente para produtos eróticos em sex shops, mas também pode contemplar materiais eletrônicos, como os videogames.

Mais além, políticas corporativas da Sony, Microsoft e Nintendo proíbem o lançamento de jogos para adultos em suas plataformas. O já citado Hatred, por exemplo, só foi disponibilizado no PC (via Steam).

Assassin’s Creed Mirage tem lançamento marcado para 2023, sem uma data exata. As plataformas que receberão o jogo também não foram divulgadas.

via GamesIndustry | Diário Oficial da União (DESPACHO Nº 535/2022)

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