Treta no universo dos apps de mensagens: de acordo com Will Cathcart, diretor do WhatsApp na Meta, o maior concorrente do aplicativo – o Telegram – não é suficientemente seguro para garantir a privacidade de seus usuários e, além disso, o mensageiro instantâneo azul teria deliberadamente colocado pessoas em risco na guerra entre Rússia e Ucrânia.

O executivo se valeu de um artigo recentemente publicado pela Wired, no qual o Telegram é acusado de facilitar o monitoramento de ativistas anti-guerra por parte do governo russo. Compartilhando a matéria em seu perfil no Twitter, Cathcart disse que o concorrente não é seguro como diz, inclusive dizendo que ele mente sobre a criptografia de ponta-a-ponta, um dos principais recursos do WhatsApp:

Traduzindo os dois tuítes acima (embora o fio inteiro seja bem mais longo), as declarações do executivo citam vários trechos do artigo, dizendo:

“Se você acha que o Telegram é seguro, então você deveria ler o artigo [da Wired] para entender a verdade – especialmente antes de você usá-lo para qualquer coisa privada.

Alguns pontos importantes: o Telegram não tem criptografia de ponta-a-ponta por padrão e não oferece esse recurso para chats em grupo. De acordo com o artigo: ‘o Telegram tem a capacidade de compartilhar quase toda informação confidencial mediante pedidos do governo’.

Os protocolos de criptografia deles não têm verificação independente: ‘de forma perturbadora, a maior parte dos ativistas encontraram seus ‘chats secretos’ — a função supostamente fechada e criptografada do Telegram — se comportando de forma estranha, de formas que sugerem que uma terceira parte possa estar vendo a conversa’.

O Telegram não traz nenhuma transparência real que a maioria das tecnologias já adotou. Em muitos casos, é impossível dizer o que está de fato acontecendo…seja algum tipo de spyware ou informantes do Kremlin usando-o para invadir [chats].” – Will Cathcart, diretor do WhatsApp na Meta

O executivo da Meta reconheceu, em outros tuítes, que ele é sim uma parte interessada nas críticas do principal concorrente do WhatsApp. Mas ele também afirmou que existem muitas outras ótimas opções de apps de mensagens e que, se o usuário não for usar o WhatsApp, então que use uma delas – menos o Telegram.

Montagem coloca o logotipo do Instagram lado a lado de Will Carthcart, diretor do WhatsApp na Meta

O Telegram foi alvo de críticas de Will Cathcart (dir.), diretor do WhatsApp (Imagem: Ivan Radic/Flickr/INNOVCOWORK8/Reprodução)

A possibilidade de uso do Telegram para monitoramento por parte do governo russo é uma bem real: no início da guerra, em fevereiro do ano passado, foi descoberta a possibilidade de que um ataque de spoof na API de localização do aplicativo poderia oferecer a posição aproximada de um determinado usuário, num raio de dois quilômetros. O Telegram disse que essa possibilidade só se concretizaria se o usuário buscado tivesse acionado os serviços de localização do seu dispositivo, mas disse ter corrigido a falha desde então.

De acordo com o app, aliás, nenhum dado pessoal foi oferecido ao governo russo, mas Cathcart afirma que relatos da imprensa internacional sugerem algo diferente (sem citar fontes expressas, vale ressaltar).

Geralmente, no que tange à segurança, o Signal tende a ser o aplicativo de mensagens mais bem avaliado do setor (embora, dos três, ele seja o mais complicado de usar). Entretanto, o WhatsApp, com quase 2 bilhões de usuários, é obviamente o mais popular para o uso generalizado, ao passo que o Telegram, com aproximados 500 milhões de usuários, permite benesses como a transferência de arquivos bem grandes.

E você, qual app prefere?

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