Um novo levantamento, publicado pela firma de pesquisa NPD Group, afirma que o mercado de videogames teve retração de aproximadamente US$ 2 bilhões (R$ 10,56 milhões) em investimentos por parte dos usuários no segundo trimestre.

Basicamente, apesar das cifras bem altas (US$ 12,35 bilhões, ou R$ 65,21 bilhões), o valor corresponde a uma redução de US$ 1,78 bilhão (R$ 9,40 bilhões), ou 13%, se comparada ao mesmo período em 2021.

Segundo o comunicado divulgado pela empresa de pesquisa, o consumo em smartphones apresentou o maior declínio, com 12%; seguido de acessórios, com 11%;, e hardware (1%). A única categoria que apresentou crescimento foi a de serviços de assinatura não móveis, que teve ampliação de 15%.

Imagem mostra um celular com um jogo rodando, simbolizando os videogames móveis

Apesar de ser uma plataforma de liderança no mercado internacional dos videogames, o setor mobile também passou por forte queda, segundo pesquisa da NPD (Imagem: Onur Binay/UnSplash)

Em termos mais traduzidos: boas notícias para o Gamepass (Microsoft, no Xbox e PC). A Sony, no entanto, provavelmente não contribuiu muito para esses números, tendo em vista que a gigante apenas recentemente lançou os novos modelos de pagamento da PlayStation Plus – no Brasil, por exemplo, a novidade passou a valer no meio do segundo trimestre.

Vale lembrar ainda que a NPD também considera na pesquisa o gastos em “itens gamer” que não são necessariamente os jogos, como assinatura de plataformas de conteúdo e influenciadores, ou vestuário. Estas informações, no entanto, não estão detalhadas no comunicado.

A empresa especula que os números ainda são consideravelmente maiores do que os anos que antecederam a pandemia da COVID-19, porém são menores do que no início do período de isolamento.

Do analista Mat Piscatella, que assina o levantamento:

“Os preços mais altos nas categorias de custo diário, como comida e combustível, o retorno de gastos de experiência como shows ao vivo e viagens, um calendário de lançamentos mais leves de videogames e a contínua restrição de fornecimento de componentes para uma nova geração de consoles são os prováveis responsáveis pelo declínio visto no segundo trimestre.

Depois de um período de crescimento sustentado, o gasto dos consumidores ainda continua a tendência de ser maior que os níveis pré-pandêmicos. Entretanto, condições imprevisíveis e de rápidas mudanças podem continuar a impactar o mercado de forma inesperada nos trimestres que seguem”.

A conclusão da NPD encontra reflexo em algumas situações que vimos ao longo dos últimos três meses no mercado internacional: a Nintendo anunciou em conferência recente com investidores que, apesar do Nintendo Switch atingir 111 milhões de unidades vendidas, o volume do console neste trimestre representa uma queda de 22,9% ano-a-ano. Paralelamente, a Sony revisou sua projeção anual de lucros com a marca PlayStation, reduzindo-a em 16% e esperando faturar US$ 1,9 bilhão (R$ 10,03 bilhões) – antes, eram US$ 2,3 bilhões (R$ 12,14 bilhões).

Estranhamente, a Sony foi a líder de vendas do trimestre quando a análise considera o investimento “dólar a dólar”: na prática, embora a empresa tenha apresentado queda, seu faturamento não foi tão diferente das concorrentes tendo em vista que seus produtos são um pouco mais caros.

Um detalhe da pesquisa se repetiu mais uma vez neste trimestre: o Switch foi o líder em volume de vendas de hardware, o que significa que, mesmo em queda, ele ainda vendeu mais que PlayStation e Xbox – algo que vem ocorrendo praticamente todo trimestre desde que o portátil japonês chegou ao mercado, em 2017.

Via NPD Group

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