Uma pesquisa sobre os salários das profissões em tecnologia da informação comparou a remuneração média para diferentes posições em diferentes regiões do Brasil. O estudo, disponível sob cadastro, repercutiu em algumas comunidades de TI.

No Elas na TI, a discussão tratou diretamente da questão regional. O estudo mostra os menores e maiores salários, além de médias por cargo e região. Em algumas regiões, o salário de desenvolvedor sênior chegava a R$ 2.000 mensais, o que logo foi apontado como muito baixo por parte do grupo.

Enquanto as profissionais reconheciam que empresas de algumas regiões praticavam salários menores, já havia um consenso: o trabalho remoto mudou o cenário e agora essas diferenças podem ser desafiadas. Descrevemos três dos principais desafios: as diferenças do remoto para o presencial, a evolução na carreira e a necessidade de capacitação e treinamento.

O TecMasters conversou com Mariana Horno, gerente sênior da Robert Half, sobre o perfil do profissional de TI e as diferenças regionais de salários. Não é mais, de acordo com a especialista, a geografia que influencia o quanto ganha um profissional. Outras características como fluência em inglês, habilidades pessoais e atualização profissional fazem muito mais diferença.

Salários no trabalho remoto e presencial

Imagem: Unsplash

Desafio 1: salários no trabalho remoto e no presencial

“A área de TI foi a primeira a ser inovadora por quebrar barreiras de localidade e isso se intensificou na pandemia”, conta Mariana. Além do mais, o Brasil já tem pólos de inovação tecnológica em diferentes regiões. “O Porto Digital, no Recife, a TecnoPUC em Porto Alegre, o San Pedro Valley em Minas Gerais, o Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, São José dos Campos e Campinas são apenas algumas regiões descentralizadas de inovação”, indica a profissional.

Nos pólos de inovação tecnológica, os salários da área de TI ainda fazem diferença para quem vive em suas proximidades. “O mercado tem falta de candidatos para muitas vagas, esta é uma tendência, mas atualmente estar próximo de uma região com empresas de tecnologia impacta menos que no passado”, explica a especialista.

No caso específico de profissionais que precisam trabalhar de casa, como jovens mães e pais, a atração pelo trabalho remoto é ainda mais compreensível. “Quem está sempre em casa e disponível é o profissional ideal para posições muito valorizadas para o trabalho remoto”, aponta Mariana.

Quem tem disponibilidade e vontade em investir no trabalho remoto pode até pensar em internacionalizar a carreira. É preciso adequar-se a trabalhar em diferentes fusos horários, no entanto. Superado este obstáculo, a grande maioria das áreas de TI pode ter profissionais remotos. “Apenas algumas áreas muito específicas precisam de pessoal presencial, como infraestrutura, por exemplo”, declara a expert.

Salários em trabalho remoto e presencial

Imagem: Alex Kotliarskyi/Unsplash

Desafio 2: estar no prédio de uma empresa não significa evolução de carreira

Para desenvolvedores e programadores, no entanto, a necessidade do trabalho presencial é cada vez menor. “O que é importante observar são as oportunidades de senioridades dos cargos e quanto podem atingir de pacote de remuneração”, lembra Mariana.

Estar disponível para uma empresa, atualmente, não tem mais qualquer relação com estar no prédio da companhia. “A ideia de disponibilidade mudou muito com a quebra de barreiras, mesmo as empresas mais tradicionais adotaram modelos híbridos de trabalho”, lembra a porta-voz.

“As empresas do olhar controlador, onde há um dono que observa os funcionários, são uma exceção atualmente”, explica. O controle excessivo não impacta positivamente na produtividade. “Os profissionais de TI não querem mais trabalhar em ambientes muito engessados e as ofertas da concorrência são grandes pois há uma flexibilidade pela escassez de talentos”, detalha a recrutadora.

Salários no trabalho remoto e presencial

Imagem: Brooke Cagle/Unsplash

Desafio 3: capacitação a todo momento para todos os profissionais

Além dos profissionais, as empresas também passam por um momento de transformação digital. “Quanto mais os profissionais estiverem capacitados e treinados, cada vez mais oportunidades encontrarão em empresas que procuram sempre se atualizar”, afirma a especialista.

Para acertar nos treinamentos, é preciso que o profissional esteja atento ao que o mercado demanda e saiba que tipo de carreira quer seguir. “É a famosa carreira em Y: há quem queira continuar na carreira técnica e se aperfeiçoa para isto e para um trabalho mais introspectivo, já quem quiser ser gestor precisará aprender a engajar times, planejar e outras características que vão se somar ao conhecimento técnico”, explica a porta-voz.

Caso o profissional tenha dificuldade em escolher seus treinamentos ou refinar seus planos de carreira, é aí que é importante buscar um especialista em desenvolvimento de pessoal, até mesmo no próprio RH da empresa que trabalha. “Não importam os detalhes dos treinamentos a escolher, mas sim pensar qual a carreira que se deseja e como chegar lá”, afirma. “Cada vez mais os profissionais estão saindo de seus limites pré-estabelecidos e isto é muito importante para sempre poder alcançar mais no futuro”.

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