“Panela velha é que faz comida boa”. Talvez esse seja o melhor ditado para descrever o modus operandi de Eric Roth, roteirista do filme “Duna”. Talvez muitos não saibam, mas a obra lançada na semana passada foi redigida pelo escritor por meio de um software do MS-DOS, um sistema operacional de 30 anos atrás.

Embora pareça algo ultrapassado, é desta forma que trabalha Roth. A tarefa não deve ser nada fácil, já que o software possui uma memória limitadíssima de apenas 40 páginas. De certa forma, isso pode ser um ponto positivo, auxiliando Roth na escrita do roteiro em divisões por atos.

Em uma entrevista datada de 2014, o roteirista já havia revelado que utiliza o programa Movie Master para suas obras. “Eu trabalho em um programa de computador antigo que não existe mais”, afirmou Roth há cerca de sete anos. “É metade superstição e metade medo da mudança”, completou.

O medo e a superstição parecem persistir. Já no ano passado, ele revelou durante o podcast Barstool Sports que segue utilizando o programa. Uma rápida associação confirma que “Nasce Uma Estrela” (2018), “Africa” (2016) e “Duna” — e sabe-se lá quantas outras obras — foram redigidos no software de 1981.

Curiosamente, “Duna” (contém spoiler) retrata um futuro onde supercomputadores e robôs inteligentes foram proibidos. Ao invés disso, cálculos de alto nível são feitos por humanos especialmente treinados e criados, chamados “mentats”.

É claro que as situações são completamente diferentes, mas é possível traçar um paralelo do “modus operandi velha guarda” de Roth com o cenário retratado na obra, em que o serviço humano se destaca em relação à tecnologia.

Com a sequência de “Duna” recebendo sinal verde para um lançamento futuro, é bem possível que o roteirista tire o pó de sua máquina para voltar aos trabalhos. Ao menos, um vazamento do roteiro em formato de “prompt de comando” é pouco provável.

Fonte: Vice

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