Overwatch 2 está entre nós. Mas quando o primeiro Overwatch foi eleito jogo do ano no The Game Awards 2016, eu fui uma das pessoas que defendeu esta condecoração com unhas e dentes. Até então, nenhum outro jogo de tiro, cooperativo e em primeira pessoa, havia me fisgado tanto quanto o “hero shooter” da Blizzard.

As partidas em times de seis contra seis (6v6) com objetivos definidos, mecânicas variadas para cada um dos arquétipos de personagens jogáveis (e que tornavam os embates mais estratégicos), juntamente do visual cartunesco carismático banhado por cenários coloridos tornava a experiência em algo hipnotizante.

Por muito tempo, ao lado de grupos de amigos, passei horas e horas jogando o Overwatch original, compartilhando jogadas da partida, teorias sobre as interações entre os bonecos e expectativas sobre as mudanças, e os novos modos e personagens que eram acrescentados de tempos em tempos.

Isso sem contar as cinemáticas, quadrinhos e tantas outras mídias que complementavam Overwatch. Por muito tempo, o hero shooter da Blizzard foi um dos meus jogos favoritos e, graças ao seu sucesso, não tardou para que outras empresas apostassem em propostas semelhantes. 

Depois de idas e vindas devido a mudanças no metagaming e reworks que desagradaram, parei definitivamente de jogar Overwatch pouco depois da chegada do suporte Baptiste, no início de 2019. Agora, retornei ao Overwatch 2, a nova versão do game lançada oficialmente em 4 de outubro de 2022.

Mais dinâmico, ágil e estratégico

Problemas para encontrar partidas e ataques de DDoS a parte, durante as primeiras horas em que joguei Overwatch 2, senti novamente a fagulha crescer no peito. Tentei ao máximo não deixar que a nostalgia tomasse conta, para conseguir analisar de forma racional este novo jogo. E, para minha surpresa, tirando as melhorias gráficas óbvias, me deparei com uma jogabilidade mais dinâmica e certamente mais rápida.

A mudança crucial para isso é extremamente simples: um personagem a menos nos times. Agora, os grupos são compostos por cinco contra cinco (5v5), e acredite ou não, isso trouxe melhorias para além do imaginado. Além de agilizar as partidas — já que agora há um total de dois alvos a menos —, a estratégia também mudou.

Se antes os grupos podiam ser compostos por dois personagens de dano, dois suportes e dois tanques (totalizando seis), agora um dos integrantes destas funções fica de fora, o que pode mudar completamente a dinâmica das partidas. 

Grupos com dois bonecos de dano, dois suporte e um tanque é a formação mais comum; enquanto variações disso tornam-se ousadas, mas protagonizam tentativas que podem virar (literalmente) o jogo. Ah, e vale mencionar ainda que, claro, os bonecos também ganharam novidades.

D.Va, por exemplo, que é minha personagem jogável principal (ou main, como se diz popularmente), teve sua matriz de defesa mais uma vez retrabalhada e o dano dos mísseis está levemente maior. A mira e os tiros do robô também estão mais precisos, o que torna a celebridade sul-coreana em uma dos mais equilibrados bonecos do arquétipo tanque — recomendada para iniciantes e um abraço quentinho nos veteranos.

Menus e modos

Os menus também passaram por uma reformulação. O livre agora engloba os modos de jogo rápido com fila por função, jogo rápido com fila aberta para qualquer função, heróis misteriosos e combate até a morte. Há também os jogos personalizados, opção de competitivo e o arcade, que traz as maiores novidades — pero no mucho.

Aqui, você pode escolher o intenso modo de mapa por avanço onde é necessário escoltar um robô por uma distância maior que a do time adversário, blitz the cab que é basicamente o minigame de capturar a bandeira, eliminação 3v3, desafio de heróis com conjuntos fixos para até 8 jogadores, sem limite, caos total e Paraíso, que se passa na cidade natal de Lúcio.

Imagem de Overwatch 2

Imagem: Blizzard/Divulgação

Vale apontar que o arcade basicamente oferece novas maneiras de jogar com uma variada seleção de modos e novas regras, equipes de diferentes tamanhos, mapas exclusivos e desafios que se renovam todos os dias, para assim, atrair a curiosidade dos jogadores de forma recorrente.

O passe de batalha, porém, é a maior novidade em Overwatch 2. Antes, para adquirir novos cosméticos, incluindo visuais, emotes, sprays e poses, era necessário tentar a sorte nas lootboxes, as quais os jogadores ganhavam conforme avançavam de nível. Entretanto, este polêmico modelo de progressão ficou para trás e a Blizzard precisaria, cedo ou tarde, se adequar às novas tendências da indústria.

É inegável que o avassalador sucesso de Fortnite e outros games do subgênero battle royale transformou o mercado de videogames e um de seus maiores legados é o passe de batalha, adotado aqui por Overwatch 2 para, inclusive, abrir velhos e novos heróis.

A expectativa pelo PvE de Overwatch 2…

Uma das maiores mudanças, senão a mais importante, é a promessa de que a Blizzard vai adicionar o Player versus Environment (PvE, sigla para jogador contra monstros).  Infelizmente, porém, a novidade não está presente no lançamento de Overwatch 2. A previsão é que a chegada do modo ocorra em algum momento de 2023.

A grande expectativa pelo PvE é por conta do lançamento recorrente de novas expansões de história no futuro, semelhante ao que acontece com Destiny 2. Com isso, os jogadores terão algo próximo de uma campanha principal, mas aos moldes dos jogos modernos com expansão contínua.

Dado isso, será que vale a pena jogar Overwatch 2? A resposta curta é sim, ainda mais considerando que o título se tornou free-to-play em todas as plataformas, e conta com suporte a progressão cruzada e crossplay — o que significa que agora você joga com pessoas de todo o mundo em qualquer plataforma.

Ainda que o lançamento de Overwatch 2 deixe um gosto amargo na boca dos veteranos que anseiam pelo PvE; para quem nunca jogou, esta é a oportunidade perfeita de ser apresentado a um mundo repleto de personagens únicos e a uma mitologia fascinante embalada por cinemáticas dignas de uma animação da Disney ou da Pixar.

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