Após a eleição do 5G no início do mês, a Nokia tem cogitado fabricar os equipamentos para a tecnologia de 5ª geração de telefonia em terras brasileiras. Entretanto ainda há obstáculos. Ailton Santos, presidente da empresa no país, disse que analisa a questão, mas que impostos e taxas no Brasil pesam na decisão.

Em entrevista concedida ao O Globo, ele acrescentou que o principal ponto é o volume mínimo de produção. Santos também citou o fator de se trazer tecnologia ao país e gerar empregos. “O mundo 4G e 5G não vai gerar muitos empregos na fábrica, pois as unidades estão cada vez mais autônomas. Quando você fala de 5G o mais importante é o tipo de educação e parcerias para formar profissionais capazes de conseguir se posicionar nesse novo mercado de trabalho que será criado”, comentou.

Não à toa, a tecnologia que vai passar a ser horizontal, deve impactar não só o engenheiro a lidar diretamente com ela, mas médicos com foco em telemedicina e até instaladores de sensores.

O executivo reforça que a empresa finlandesa está pronta para atender o 5G e a agenda ainda está em fase de fechamento com as teles vencedoras do leilão. O executivo conta que uma das maiores e primeiras preocupações é em relação ao serviço, todas buscam diferenciação com base na faixa de frequência a qual adquiriu.

As obrigações de investimentos em cobertura e formas inteligentes e eficientes de como essa tarefa pode ser realizada também faz parte das conversas.

Nokia: imposto no Brasil pode impactar decisão de fabricar peças do 5G no país

Imagem: Pawel Czerwinski/Unsplash

Questionado sobre o 5G puro, também chamada de ‘standalone’, Santos diz que haverá outros ‘sabores’ da tecnologia de 5ª geração, como o 5G DSS e o 5G non-standalone. “Isso vai depender da densidade e do caso de uso. E vamos buscar com as operadoras as melhores eficiências”, afirma.

Atualmente, a Nokia tem mais de 10 mil antenas instaladas com a tecnologia 4G, com uma atualização, elas já estarão aptas a receber o sinal do 5G. Para se ter uma ideia de volume, enquanto o 4G conecta 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, o 5G consegue chegar a 1 milhão deles. “Quando se fala em disponibilidade de rede, o 5G tem 75% mais confiança de que não vai cair. O 5G que você terá no móvel será muito melhor que o próprio wi-fi que se tem em casa hoje”, compara Santos.

Com 20% de participação no 4G, a Nokia ambiciona aumentar a porcentagem e deve lutar por ela com a nova tecnologia.

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