A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft segue mais quente do que nunca. Enquanto a aprovação não acontece, vemos dois cenários distintos: se por um lado a big tech busca convencer as autoridades sobre a negociação, por outro, a Sony mantém um posicionamento contrário à compra e aponta riscos para competição.

E no centro de tudo isso, ainda há um ator importante: a franquia Call of Duty.

“Querem que o PlayStation seja como a Nintendo”, alega Sony

Como dito, a Sony mostra-se bastante preocupada caso a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft seja aprovada. A principal alegação é o receio de que a franquia Call of Duty se tornasse exclusiva do Xbox, o que impactaria o PlayStation de competir no segmento de jogos de tiro com classificação +18.

Neste sentido, a empresa não só afirma que os jogos da Activision — com grande ênfase em CoD — são “críticos” para o PlayStation, como acredita que perderia uma parcela considerável de usuários se a franquia de tiros se tornasse unicamente jogável no Xbox.

“A franquia está firmemente enraizada na psique dos jogadores: todas as entradas desde que Call of Duty foi lançado pela primeira vez em 2003 consistentemente lideraram as paradas”, diz a Sony.

Call of Duty Warzone 2.0

Imagem: divulgação/Activision

Naturalmente, a Microsoft rebate essa alegação ao afirmar que o Nintendo Switch, por exemplo, prospera mesmo sem contar com a franquia em seu catálogo. Mas à Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, a Sony alegou que a situação não é a mesma.

“[…] a Microsoft argumenta que a Nintendo teve sucesso sem acesso ao Call of Duty. Isso perde o ponto da questão. A decisão identifica um amplo corpo de evidências mostrando que a Nintendo oferece uma experiência diferenciada para Xbox e PlayStation porque está focada em jogos familiares que são muito diferentes de jogos FPS com classificação 18+ como Call of Duty”, afirmou a publicadora japonesa.

“A Microsoft quer que o PlayStation se torne como a Nintendo, para que seja um concorrente menos próximo e eficaz do Xbox”, completou.

Microsoft ameniza situação com elogios à Sony

Microsoft e Activision Blizzard

Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock

Do outro lado da disputa, a Microsoft segue firme em busca de que sua aquisição seja aprovada. O mais curioso é que, para isso, a big tech até mesmo se diminuiu e focou em tecer elogios à sua rival com o intuito de demonstrar que há, sim, espaço para concorrência.

“Além de ser o fornecedor de console dominante, a Sony também é uma editora de jogos poderosa. A Sony é aproximadamente equivalente em tamanho à Activision e quase o dobro do tamanho do negócio de publicação de jogos da Microsoft”, escreveu a Microsoft em resposta ao CMA, acrescentando que a dona do PlayStation “tem mais jogos exclusivos” e “muitos dos quais são de melhor qualidade”.

Para corroborar com essas informações, a companhia ressaltou que exclusivos de console representaram uma porcentagem maior de vendas globais para a Sony do que para a Microsoft. Além disso, foi destacada a pontuação média de games exclusivos no Metacritic de 87 para PlayStation contra 80 do Xbox.

Paralelamente às respostas enviadas ao órgão regulador do Reino Unido, o chefe do Xbox, Phill Spencer, disse no podcast Decoder que muitas das questões sobre a aquisição estão ligadas ao objetivo da Microsoft de avançar no segmento mobile.

É incerto se todas as justificativas vão colar — será necessário aguardar pela decisão do CMA até 1º de março de 2023. De todo modo, fica claro toda a dificuldade para aprovar a aquisição. E mais: no mundo dos negócios, vale tudo — até mesmo enaltecer sua principal concorrente, em alguns casos.

Via: Video Games Chronicles e Engadget

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