A mudança de nome de Facebook para Meta não afastou a companhia de problemas judiciais. Agora, um grupo de procuradores-gerais de estado dos EUA anunciou uma nova investigação sobre “as técnicas utilizadas pela Meta para aumentar a frequência e a duração do envolvimento” de crianças e adolescentes no Instagram.

O fato já havia sido reportado em setembro pelo tabloide americano The Wall Street Journal. A onda de reportagens revelou documentos internos da própria Meta que “identificaram os efeitos nocivos do Instagram” para a saúde mental de adolescentes, mencionando seu algoritmo que promove engajamentos “a qualquer custo”.

Esses foram apenas alguns dos motivos que levaram a denunciante Frances Haugen a apresentar pelo menos oito reclamações contra a Meta junto ao órgão financeiro dos Estados Unidos, ressaltando que a empresa de Mark Zuckerberg não mudará o hábito de colocar seus lucros acima do bem-estar das pessoas.

App Instagram, da Meta

Instagram é acusado de priorizar os lucros ao invés da saúde mental de seus usuários – Imagem: Georgia de Lotz/Unsplash

Com a abertura da nova investigação de procuradores-gerais de Califórnia, Flórida, Kentucky, Massachusetts, Nebraska, Nova Jersey, Nova York, Tennessee e Vermont, a coalizão deve averiguar se a companhia violou as leis de proteção ao consumidor para manter o público engajado na rede social.

Para Maura Healey, procuradora-geral de Massachusetts, a Meta “falhou em proteger os jovens em suas plataformas e, em vez disso, optou por ignorar ou, em alguns casos, dobrar as manipulações conhecidas que representam uma ameaça real para a saúde física e mental — explorar as crianças em prol do lucro”.

Ela também jurou que a coalizão vai “chegar ao fundo do envolvimento da empresa com os usuários jovens, identificar quaisquer práticas ilegais e acabar com esses abusos para sempre”.

Mais acusações contra a Meta

Para piorar a situação, o procurador-geral de Ohio está processando a empresa de Zuckerberg separadamente, acusando-a de enganar o público sobre os efeitos de seus produtos nas crianças. Em contrapartida, a companhia rebateu a acusação ao citar que o processo não tem mérito.

Vale lembrar que a Meta estudou a criação do “Instagram Kids” há alguns meses. A ideia inicial era criar uma nova versão do Instagram para que os pais pudessem monitorar as atividades da garotada, mas o projeto foi paralisado (mas não descartado) após inúmeras críticas de pais e especialistas.

A partir de agora, o ex-Facebook deverá ampliar sua lista de processos judiciais. Embora a empresa afirme que a pesquisa interna revelada pelo jornal americano carecia de contexto, ela terá de explicar o motivo de não ter tomado nenhuma atitude na época com base nas informações obtidas.

Fonte: The Verge

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