Os funcionários do Google têm criticado a liderança, principalmente demonstrada pelo CEO Sundar Pichai, a respeito de como a empresa lidou com anúncio do concorrente do ChatGPT, o Bard. Eles se referiram à atitude demonstrada como “apressada” e “mal feita” em um fórum interno, de acordo com a CNBC. A atitude, segundo eles, teria validado o atual receio do mercado com as perspectivas de longo prazo da empresa.

O anúncio da Microsoft sobre a integração do ChatGPT ao motor de busca Bing na semana passada fez Pichai se antecipar, divulgando-a na segunda-feira (6) e dando mais detalhes na terça e mais sobre ela na quinta-feira (9).

Entre esse período, a Microsoft, que foi uma das primeiras a investir na criação da OpenAI, mostrou como o mecanismo de busca Bing se integrará à tecnologia do chat em uma demonstração na sede da empresa, em Redmond, Washington.

Anúncio desastroso de Bard atrai críticas

Na demonstração durante o evento de quarta-feira, além de detalhes escassos sobre as capacidades de Bard compartilhadas em breves slides pelo chefe de buscas Prabhakar Raghavan, alguns funcionários da empresa foram pegos de surpresa, pois nem eles estavam cientes do evento. Além disso, a pressa fez o apresentador esquecer o telefone, necessário para a demonstração.

Entre os erros e caprichos da empresa durante a apresentação de Bard, os funcionários aproveitaram para se divertir e até usar um tom mais sério para se referir a Pichai. “Caro Sundar, o lançamento do Bard e as demissões foram apressadas, atropeladas e míopes”, lia-se em uma nota que incluía uma imagem séria de Pichai. “Por favor, volte a ter uma perspectiva de longo prazo”, dizia uma postagem que recebeu grande apoio dos funcionários.

Funcionários do Google criticam CEO após lançamento desastroso de IA: 'apressado e mal feito'

Imagem: reprodução/Google

“Sundar e liderança merecem um Perf NI”, lia-se em outro meme altamente reagido, referindo-se à categoria mais baixa no sistema de revisão de desempenho dos funcionários da empresa. “Eles estão sendo comicamente míopes e não-Googley em sua busca do ‘foco apurado'”.

No ano passado, em meio à queda de receita e demissões em massa, Pichai pediu aos funcionários mais concentração – a lideranças repetem frequentemente que os colaboradores sejam ‘Googley’, o que significa ser ambicioso e trabalhador, com respeito e trabalho em equipe em mente.

Validação do medo do mercado em relação ao Google

“Apressar o Bard para o mercado em pânico validou o medo do mercado em relação a nós”, dizia um memorando demasiadamente reagido com uma imagem de um pássaro com “facepalm”.

E como resultado dessa validação, as ações da Alphabet caíram mais de 9% na semana passada, observando tanto a ameaça do ChatGPT em relação à busca do Google quanto à reação apressada ao evento da concorrente.

A vantagem competitiva em inteligência artificial sempre foi uma preocupação para a gigante. Em dezembro, quando já se notava a atenção do público voltada ao ChatGPT, a questão voltou a ser levantada pelos funcionários. Em resposta, os executivos responderam de forma cautelosa, dizendo que a reputação da empresa poderia sofrer se houvesse um movimento muito rápido na tecnologia de IA conversacional, que está longe de ser perfeita.

Um memorando na semana passada relembrou tais palavras, respondendo à ‘cautela’ de forma ácida: “como se tudo tivesse sentido desde o ano passado”, dizia o texto com uma imagem do lixo em forma de ‘G’ (de Google) em chamas.

O corte de 6% da força de trabalho anunciado no mês passada também foi lembrada no memorando: “Despedir 12 mil pessoas aumenta o estoque em 3%, uma apresentação apressada de AI diminui-o em 8%”, dizia o texto acompanhado com uma imagem de Nicolas Cage sorrindo.

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