Bruno Aiub, também conhecido como “Monark”, não é mais apresentador do Flow Podcast. A demissão foi anunciada na tarde desta terça-feira (8) pelos Estúdios Flow, após o ex-funcionário ter defendido a criação de um partido nazista no Brasil no episódio 545, veiculado na última segunda (7).

No comunicado divulgado, a empresa reforçou o compromisso com a democracia e direitos humanos e anunciou o desligamento de Monark, sem mencionar o ocorrido. O informe traz ainda um pedido de desculpas, especialmente à comunidade judaica, em virtude das declarações do ex-apresentador.

E o desligamento não aconteceu apenas entre Bruno Aiub e o programa. Segundo um pronunciamento oficial de um dos assessores obtido pelo jornalista Cesar Gaglioni, Monark também deixou de ser sócio do Flow — ele dividia a participação da produtora com o apresentador Igor Carvalho.

Entenda o caso

A polêmica aconteceu durante o episódio 545 do Flow Podcast ocorrido na última segunda-feira (7). Em determinado momento do programa, que contou com a participação dos deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB), Monark defendeu a existência de um partido nazista brasileiro.

“Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha de ter partido nazista reconhecido pela lei”, disse o ex-apresentador, defendendo que “uma pessoa antijudaica deveria ter direito” de ser contra o povo judeu.

É importante lembrar que a declaração de Bruno Aiub vai contra os princípios do Art. 3, inciso XLI, da Constituição Brasileira que aborda como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a promoção do “bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

O vídeo chegou a ser excluído das plataformas do Flow, mas isso não impediu que os trechos repercutissem de forma estrondosa nas redes sociais. Tanto que os termos “Monark” e “nazista” figuraram nos trending topics do Twitter durante boa parte desta terça. Muitos posts pediam que as marcas patrocinadoras rompessem contrato com o Flow Podcast.

E os pedidos foram atendidos.

Flow perde diversos patrocínios após o episódio

Após a pressão do público, diversas patrocinadoras do programa cortaram relações comerciais com o programa. A Flash Benefícios, por exemplo, publicou uma nota de repúdio às declarações de apologia ao nazismo e solicitou o encerramento imediato de sua relação contratual com os Estúdios Flow.

A mesma ação foi adotada por empresas como Insider Store — que pediu publicamente a demissão de Monark antes mesmo do anúncio oficial — e Fatal Model. Já Sportsbet.io e Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) suspenderam contratos com o Flow Sport Club, que também faz parte do grupo.

Outras companhias também foram a público para repudiar as falas do ex-apresentador e para informar suas relações contratuais com o estúdio. iFood, Puma e Bis, por exemplo, explicaram que fizeram patrocínios pontuais e que não possuem mais relações comerciais com o Flow.

Monark põe culpa no álcool

Antes mesmo da divulgação de demissão, Monark usou o Twitter para pedir desculpas sobre suas declarações. Apesar de admitir que errou, o influencer reforçou que estava bêbado e bateu na tecla de que a “ideia” é defendida em outros lugares do mundo, como nos Estados Unidos.

Bêbado ou sóbrio, Monark agora deve enfrentar as repercussões na Justiça. Vini Caetano, ativista de direitos públicos, já enviou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo. O órgão deve receber ainda um pedido de investigação feito pelo Movimento Judias e Judeus pela Democracia São Paulo.

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