Pela primeira vez na história do Facebook, a mídia social registrou uma queda na sua base de usuários diários. De acordo com dados divulgados para o último trimestre do ano fiscal, bem como um crescimento na receita proveniente de anúncios abaixo das expectativas traçadas.

O Facebook registrou queda de 8% no lucro líquido do trimestre, passando de US$ 11,219 bilhões para US$ 10,285 bilhões.

Na América do Norte, onde a empresa mais consegue receita em publicidade, foi registrado 1 milhão de usuários diários a menos. Ao The Verge, um porta-voz confirmou que este seria o primeiro declínio sequencial na história da companhia.

Resultado? As ações da Meta, empresa-mãe da plataforma, registraram queda de 26% e, como consequência, o valor de mercado despencou em US$ 200 bilhões.

A companhia usou como justificativa para o resultado fraco as mudanças de privacidade da Apple para o iPhone, o que teria afetado a segmentação e medição de anúncios da companhia, bem como questões macroeconômicas, como inflação e interrupções na cadeia de suprimentos, que levaram anunciantes a frear investimentos.

O movimento negativo do Mark

Desde a fundação da plataforma de Mark Zuckerberg, lá nos idos dos anos 2000, o número de usuários só fez dois movimentos: para cima, ou para o lado em estabilidade — mas jamais de decréscimo.

O motivo para essa movimentação negativa nos números pode ser simples e resumida em um única palavra: geração.

No início do ano passado, um levantamento feito internamente pela empresa mostrou que os usuários na faixa etária da adolescência já tinham perdido o interesse na rede social e muitos (13%, para ser mais exato) já haviam abandonado a plataforma em 2019 só nos EUA.

As projeções levavam à empresa a crer que a queda continuaria e alcançaria 45% nos próximos dois anos — ou seja, entre 2020 e 2022. Dentro dessa mesma análise, a companhia espera que 4% dos jovens adultos, em idades entre 20 e 30 anos, também deixem a rede.

Mark Zuckerberg no palco em uma de suas apresentações da Conferência F8

Na foto, Mark Zuckerberg, cofundador e CEO do Facebook, durante uma das conferências anuais da empresa – Imagem: Maurizio Pesce/Flikr

O que isso implica?

Com uma tendência de queda na base de usuários, o impacto mais preocupante para o negócio é: com a decaída, a receita proveniente de publicidade também diminui. E essa é a principal fonte de monetização da companhia atualmente, especialmente em se tratando da plataforma Facebook que continua a ser a peça central dentre as marcas postas debaixo do guarda-chuva da Meta.

Apesar dos números, a Meta continua extremamente lucrativa, tendo conquistado US$ 40 bilhões em lucro somente no ano passado. Mas sempre é interessante conseguir equilibrar as contas, especialmente quando a próxima aposta da empresa é o metaverso que, por si só, já drena muitos recursos financeiros.

Só para se ter uma ideia: o segmento, comandado pela Reality Labs, faturou US$ 877 milhões no quarto trimestre, ao mesmo tempo que registrou um prejuízo operacional de US$ 3,3 bilhões. Apesar do negócio ser novo e, como todo novo negócio espera-se mais gastos do que ganhos, é preciso saber equilibrar bem para ajustar as contas nos médio e longo prazos.

O futuro, por enquanto, está rendendo alguns bons frutos: a loja digital do Oculus Quest ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em vendas. Como consequência, a loja de apps e games da companhia conseguiu aumentar a receita mensal em quatro vezes durante o ano passado, saltando de uma média de US$ 12,4 milhões para US$ 51,3 milhões em vendas.

Via: CNBC e The Verge.

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