Nesta semana, Japão e Estados Unidos concordaram em estreitar a cooperação para reforçar a segurança energética e cadeias de suprimento de semicondutores. Além de questões sobre commodities, o desenvolvimento de processos de 2 nm e a produção em massa dos componentes foram as principais pautas discutidas.

Segundo o portal de notícias NHK, o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Hagiuda Koichi, visitou os EUA para conversar com as secretárias de Energia, Jennifer Granholm, e de Comércio, Gina Raimondo, além da representante de Comércio, Katherine Tai, e outras autoridades americanas.

Mercado de semicondutores em pauta

Uma das preocupações discutidas foi justamente a segurança energética, que tornou-se de extrema importância desde a invasão russa na Ucrânia. A declaração conjunta firmada ressaltou a importância do gás natural liquefeito produzido pelo lado americano para reduzir a dependência do material russo.

O destaque, no entanto, girou em torno dos avanços na fabricação de semicondutores. O Japão parece ter muito o que oferecer nessa parceria, com conhecimentos em fabricação de pastilhas de silício, fabricação de agentes fotossensíveis e abrasivos para processos de desenvolvimento e construção de alguns equipamentos-chave de fabricação.

Semicondutores da Samsung

Imagem: Divulgação/Samsung

Juntos, esses esforços podem ser de extrema importância para que os países avancem no processo de 2 nm de semicondutores — a arquitetura promete aumentar o desempenho dos chips ao mesmo tempo em que poupa energia para manter a alta performance.

Não está claro quais players podem estar envolvidos nesta parceria, mas de acordo com o Tom’s Harware, Tokyo Electron, Canon, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada, IBM e Intel podem fazer parte deste acordo colaborativo.

Outros motivos dessa colaboração

Sim, alavancar as respectivas forças tecnológicas é o foco dessa cooperação. Mas a verdade é que a parceria discutida também visa a criação de uma estratégia sólida no segmento de semicondutores e que seja segura contra vazamentos à China.

A maior fabricante do setor é a TSMC, de Taiwan. O problema é que a proximidade e todas as questões geopolíticas que envolvem Taiwan e China facilitam que vazamentos e espionagens de processos taiwaneses cheguem mais facilmente ao governo chinês. E ocultar informação da parceria Japão-EUA à China deve ajudar que o “rival” ganhe mais força.

TSMC

Imagem: Shutterstock/Michael Vi

Outro ponto é que as fundições da TSMC nos EUA e Japão devem ser limitadas a produções de 10 a 20 nm — a produção de 2 nm deve acontecer nas fábricas em Taiwan. Logo, faz sentido Japão e EUA estreitarem relações para evitar dependências de processos e atrasos nas produções.

Ao que parece, os problemas enfrentados com a dependência de componentes chineses durante a pandemia estão fazendo com que as nações criem planos alternativos para maior autonomia nos processos. Se isso der certo, as possibilidades de uma nova onda da crise dos chips no futuro será drasticamente reduzida.

Via: Tom’s Hardware/NHK

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