Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), o TecMasters convidou executivas para falar sobre quatro temas: Tendências, Desafios das empresas, Liderança e Tecnologia. Esta é a quarta publicação da série de entrevistas que começaram nesta terça-feira comemorativa e se encerram hoje, com esta última peça do Especial. O assunto da vez é: Tecnologia.

Se perdeu os primeiros papos sobre Tendências, Desafios de negócio e Liderança, corre para ler:

Agora, a pergunta que não quer calar: qual o papel da tecnologia nos negócios?

A pandemia acelerou diversos processos da tal da “transformação digital” que muito se falava, mas pouco se aplicava na prática. Ainda assim, este foi apenas um impulso tempestivo de uma mudança em curso.

Ainda há muito a ser feito, especialmente em termos de mentalidade. “Embora o mundo seja digital há muitos anos, muitos executivos ainda trabalham no sistema analógico. O famoso ‘sempre fizemos assim e funcionou'”, ressalta Ana Flávia Bello, CEO LATAM da CoSafe.

Mas uma perspectiva é unânime: a tecnologia é, hoje, peça central. Para Ana Flávia, a tecnologia é ferramenta que está “à serviço de processos e pessoas nas organizações, cada vez a preços mais acessíveis” e justamente por isso “é fundamental que as empresas estejam continuamente atentas às evoluções tecnológicas disponíveis a seu setor e abertas a mudanças que agregam valor aos negócios e facilitam o dia a dia de colaboradores”.

Facilitar o dia a dia, inclusive, é o que Karina Portugal, diretora de contas estratégicas da Feedzai, plataforma com IA embarcada para gestão de risco operacional, acredita que a tecnologia faz especialmente aliada a ferramentas de inteligência — como Inteligência Artificial e Machine Learning.

“Juntamente com pessoas e instituições, a TI deve servir para desburocratizar, agilizar e ser aliada da modernidade e do tempo. A IA e o machine learning conseguem o que humanamente seria impossível, que é analisar grandes volumes de dados para trazer eficiência e agilidade”, afirma, complementando que é isso que faz com que as “pessoas sejam melhor acolhidas e servidas” no fim do dia.

Para Mariana Dias, CEO e fundadora da Gupy, a tecnologia hoje se transformou em habilitadora de melhorias, pois permite que soluções para problemas de negócios sejam criadas e, portanto, mudanças possam ser promovidas. “Em outras palavras, acredito que a tecnologia seja uma propulsora para os negócios, desde que usada estrategicamente”, comenta.

Torço masculino vestido com roupa social, usando smartphone; da tela do celular é possível ver algumas tecnologias como um globo digital

Imagem: LookerStudio/Shutterstock

O futuro é tech

Em um futuro não muito distante, no entanto, Guta Tolmasquim, fundadora e CEO da Purple Metrics, ressalta que essa questão sobre “o papel da tecnologia no negócio” sequer fará mais sentido de ser questionada, simplesmente porque “daqui a pouco não vai ter espaço para uma empresa não ser de tecnologia”, afirma. “Acredito que essa resposta, daqui uns anos, vai ser ‘como assim?’, porque tudo será tecnologia“.

Ela justifica esse ponto de vista de uma maneira simples: todo negócio terá, por menos que seja, algum contato com tecnologia — do contrário poderá ficar obsoleto. “O produto vai passar por um canal que envolve tecnologia em algum momento, a relação com o consumidor vai envolver tecnologia em algum ponto, se você não adotar tecnologia internamente provavelmente o negócio vai ficar para trás em termos de eficiência operacional – e isso irá pressionar a margem”, explica. 

É nesse ponto que a executiva reforça a importância de as mulheres adentrarem cada vez mais na área de TI e temas correlatos — engenharia, ciências e matemática (também chamado de STEM, acrônimo para Science, Technology, Engineering, and Mathematics).

“Se as mulheres não estão estudando matemática, engenharia, ciência de dados, estatística, e todos os negócios são pautados por tecnologia, quem estará fazendo esses negócios? Não seremos nós e isso é bastante preocupante porque sabemos o que acontece quando um público tão representativo — metade da população —, não participa de processos decisórios, ou em como um algoritmo funciona”, ressalta Guta. “A evolução da tecnologia é para ser comemorada. Mas para nós, mulheres, é sobretudo ficarmos atentas também”.

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