Sucesso imediato. Esta talvez seja a melhor forma para descrever a chegada do GeForce Now na América Latina. Não à toa, um dia após ter sido lançado para a região na última quinta-feira (14), o serviço da Nvidia operado pela ABYA no continente teve de interromper novas inscrições pelo enorme número de acessos.

Para quem está se perguntando “O que diabos é GeForce Now?”, saiba que consiste, basicamente, no serviço de streaming de jogos da Nvidia. Mas diferentemente do xCloud (da Microsoft), que possui um catálogo rotativo, o produto da Nvidia permite rodar em nuvem jogos que foram adquiridos pelo usuário ou que são gratuitos.

Em outras palavras, títulos que foram adquiridos em plataformas como Steam, GOG, Ubisoft Connect e Epic Games podem ser jogados em PCs e smartphones, mesmo que estes dispositivos não tenham o game instalado. A mesma lógica segue para jogos gratuitos.

Atualmente, são mais de 1.000 títulos disponíveis, que incluem jogos como League of Legends, The Witcher 3: Wild Hunt, Apex Legends, Far Cry 6, Cyberpunk 2077, Among Us e mais uma infinidade de games. A cada nova semana, novos jogos são incluídos e a lista completa pode ser conferida pelo site da ABYA.

Serviço GeForce Now powered by ABYA

Reprodução: Nvidia

Para saber mais detalhes sobre o serviço, bem como as primeiras impressões do GeForce Now na América Latina, a equipe do TecMasters conversou com Michael Fernandez, diretor de Marketing e Aquisição de Conteúdo da ABYA. Confira abaixo os principais pontos da conversa.

Parceria entre Nvidia e ABYA

Mas afinal de contas, o produto é da Nvidia ou da ABYA? De forma curta e grossa: o GeForce Now é da Nvidia. Nos Estados Unidos e em outras regiões como Europa, a própria marca é responsável pela operação.

No entanto, a fabricante de GPUs adotou a ABYA, especializada no desenvolvimento de jogos em nuvem, para cuidar da operação no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Inclusive, o acesso ao serviço utiliza a própria plataforma da empresa parceira.

Vale mencionar que a própria ABYA possui uma plataforma de clouding gaming, mas segundo Fernandez, é mais voltada para “gamers casuais”. Já o GeForce Now é destinado para os “gamers hardcore”.

Primeiras impressões

Quando perguntado sobre como foi a reação inicial da chegada do serviço na América Latina, Fernandez mostrou-se empolgado. Na verdade, a própria página oficial do serviço no Twitter afirmou que já tinha grandes expectativas, mas não esperava a “enorme e inesperada” resposta ao lançamento.

“Assim que divulgamos oficialmente [a chegada do GeForce Now] via e-mail, redes sociais e outros meios já vimos pessoas assinando o serviço. Sabíamos que haveria uma grande demanda e trabalhamos para acomodar isso, mas atingimos a capacidade e estamos trabalhando para expandir a capacidade especialmente neste momento inicial de experiência dos usuários”, disse o executivo.

Infelizmente, o executivo não pôde informar dados mais sólidos como o número de assinantes. Mas dado que as assinaturas pagas e gratuitas foram rapidamente esgotadas, é inegável que, ao menos o lançamento, foi um grande sucesso.

GeForce Now e a revolução gamer

Este talvez seja o principal benefício do serviço. Por rodar em nuvem títulos gratuitos ou free-to-play em PCs e smartphones, a compra de consoles ou PCs equipados com componentes de ponta torna-se pouco vantajosa. E isso não quer dizer perdas de qualidade significativas, já que as inscrições pagas utilizam as capacidades gráficas de uma RTX 2080.

“Estamos sendo pioneiros em algo grande. Já não precisamos de DVD mais e parece que agora não precisaremos de consoles. Estamos crescendo para um futuro rumo a isso. O Brasil possui uma grande comunidade gamer que tem esperado muito tempo por isso. Estamos empolgados com o serviço”, afirmou Fernandez.

GeForce Now

Reprodução: Divulgação/Abya

É claro que existem alguns poréns. Mesmo com a infinidade de jogos disponibilizados, vale lembrar que alguns títulos são exclusivos para plataformas. Fora que os gamers mais exigentes podem desejar o máximo de taxas de quadro possíveis (FPS) durante uma gameplay. Ainda assim, o aprimoramento do modelo de negócios pode significar uma revolução ao console físico.

“Não faz mais sentido pagar milhares de dólares em um console ou em um computador para limitar-se a apenas TV ou monitor. Com o GeForce Now você pode ter uma experiência incrível, remota, tanto no desktop quanto nos smartphones. Influenciadores têm comentado que apesar das limitações de seus celulares é possível jogar seus games preferidos sem quaisquer problemas”, completou.

Projeto em expansão

Naturalmente, a paralisação de novas assinaturas serviu para mostrar que ainda são necessárias muitas melhorias. A boa notícia é que a expansão da capacidade do GeForce Now já está em andamento, o que deve melhorar as experiências dos jogadores, bem como diminuir o tempo de espera nas filas — tanto nos planos pagos quanto nos gratuitos.

Além disso, Fernandez revelou que existem planos para ampliar o serviço para o restante da América Latina. Conversas entre ABYA e parceiras em potencial também já estão em andamento para otimizar a qualidade e capacidade do produto, diminuir as latências e ampliar os servidores.

Quando as assinaturas vão voltar?

Claro, talvez o que os gamers mais queiram saber é quando as novas assinaturas serão reabertas. Sem cravar uma data específica, o executivo disse que as inscrições devem retornar “certamente este ano”. E isso inclui o plano gratuito, o plano mensal (R$ 44,99 por mês) e o plano semestral (R$ 40,50 por mês).

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