Imagine você, R$ 10 no bolso, investidor de startup internacional e detalhe: colocando todas suas fichas na favela. É essa a realidade do Favela Brasil Xpress. O CEO da startup Givanildo Pereira Bastos, 21 anos, foi destaque no evento #ReutersNext, junto com Christine Lagarde (ex-FMI e atual Banco Central Europeu), Jacinda Arden (primeira-ministra da Nova Zelândia) e outras personalidades.

“Não queremos morar em dois Brasis (sic), queremos um Brasil onde o morador da favela possa receber o que quiser”, diz Givanildo, ou Giva como é conhecido. Para o CEO, existe o Brasil que recebe encomendas do e-commerce, e milhares de pessoas em comunidades que estão fora do raio de entrega das grandes varejistas online. Para essas pessoas, a entrega em suas residências é bloqueada por medo da violência.

A startup nasceu em Paraisópolis, um bairro que concentra uma das maiores comunidades de São Paulo. Os entregadores da Favela Brasil Xpress usam caminhões baú, motos e espécies de tuk-tuks (caminhonete de duas rodas) para as entregas. Muitos clientes recebem suas mercadorias de entregadores a pé, única maneira de entrar nas vielas do local.

A favela é um grande negócio

Algumas grandes lojas de e-commerce patrocinam veículos da empresa. Só Paraisópolis tem 100.000 moradores. A empresa de Giva tem 90 funcionários, todos residentes no bairro. A startup já chegou a outros estados do Brasil, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, e deve expandir ainda mais. Apenas na comunidade na capital paulista, onde nasceu, a empresa faz 800 entregas por dia.

Em uma reportagem em vídeo sobre a empresa, é possível ver que poder receber encomendas do comércio eletrônico vai além de uma comodidade, é uma forma de empoderar o morador. “Eu costumava mandar os pacotes para o endereço do patrão da minha mãe e ela trazia para mim, agora eu consigo receber quando compro online”, conta um morador atendido pela startup.

Sem campainha, números e até placas de rua, a entrega nas favelas é um desafio. O CEO contou que mesmo sendo residente de Paraisópolis ele teve dificuldade em localizar endereços. Uma das entregas, de uma máquina de cartão, demorou quatro meses e, quando chegou, o destinatário já tinha fechado a loja que precisava do produto.

Para captar investimentos, a Favela Brasil Xpress está na plataforma Divihub. Lá, com apenas R$ 10, é possível investir no negócio das comunidades.

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