Como um desfile de vazamentos de dados diariamente nos noticiários provocados por violações, é provável que a maioria dos usuários digitais não considerem alguma data específica para celebrar o Dia da Privacidade de Dados, também conhecido como Dia da Proteção de Dados.

Entretanto, mais do que uma simples celebração abstrata, a data reforça a necessidade de reconhecer o seu significado e por que a privacidade on-line e off-line é importante para nós, tal qual um direito universal do homem.

Dia da Privacidade: 4 dicas para ajudar a proteger a privacidade on-line

Imagem: geralt/Pixabay

O momento não só ajuda a compreender realmente o que significa ‘aceitar cookies’ em uma página na web, mas entender sobre o que seria o ‘interesse legítimo’ exibido constantemente em avisos de  serviços digitais, e por que ler os termos de privacidade daqueles que você usa, apesar de chatos e extensos — e nem sempre compreensíveis (propositalmente escritos para não serem) — não se trata de mero capricho, mas uma prática que deveria anteceder o uso de qualquer ferramenta tecnológica. E não só.

Questionar sobre o ambiente digital enquanto parte deste ecossistema é fundamental. A internet deixou há muito o papel de ser apenas uma ferramenta, e os nossos dados, meras linhas preenchidas em um formulário qualquer.

Para empresas privadas, corretores de dados e governos de todo o mundo, eles são a principal matéria-prima e a mais valiosa da era digital. Compreender por que, como, onde, quanto e considerar todas as perguntas possíveis sobre eles deveriam ser práticas diárias, comuns, e não apenas relegadas a episódios de vazamentos de dados na casa de milhões.

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Imagem: TheDigitalArtist/Pixabay

Isso se aplica também às tarefas do dia a dia tanto quanto ir à farmácia e não ceder o número de CPF, tão insistentemente solicitado pelo atendente com um argumento pronto — o desconto. Parece algo inofensivo e tentador trocar um número por uma mercadoria com valor mais baixo, mas as implicações disso e a preocupação em relação aos próprios dados, lembra o diretor comercial da VU, Gustavo de Camargo, são muito mais de responsabilidade do usuário final que de terceiros, não eximindo, por outro lado, a cobrança de regras muito claras das empresas em relação ao tratamento de dados.

Para ajudá-lo a iniciar nesta etapa de conscientização sobre escolhas digitais e impactos de um consentimento desinformado, separamos quatro dicas para colocá-las em prática neste 28 de janeiro.

Limpe seus cookies

Por conveniência, muitos clicam em “aceitar cookies” — uma concordância cega — sem conhecer o que eles são e como eles funcionam. Talvez seja apenas o consciente dizendo que anúncios direcionados não passam de anúncios e nada além. Recorrer à ferramenta de limpeza regular de cookies no navegador removerá informações das suas atividades on-line (o que pesquisou, por onde passou, o que clicou para ver etc.) e ajudará a conter a farra publicitária. Além de arranharem a privacidade digital do usuário, eles também representam um risco à segurança, já que se trata de informações que podem ser sequestradas (também) por atacantes.

Conheça seus direitos

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, em vigência desde 2019, oferece um arcabouço que ajuda indivíduos a controlarem as informações pessoais em posse das empresas, além de punir aquelas que não cumprirem com o papel de proteger os dados devidamente. Ela ainda tem como objetivo “proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural”. A legislação permite que o titular dos dados solicite a exclusão deles sem que haja dificuldades de se concluir o processo — salvo alguns tipos de dados descritos sob o artigo 16.

Tente usar motores de busca pró-privacidade e navegadores com o mesmo propósito

Optar por navegadores mais seguros e que não depreciem cookies de terceiros, além de contarem com uma configuração pensada em privacidade do usuário por padrão poderá facilitar a tarefa. O mesmo princípio serve para os motores de busca. Considere substituindo serviços de grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, por aqueles que não rastreiam e fazem receita vendendo os dados de usuários a terceiros. Como lembra Camargo, tudo que é gratuito, é pago pago com dados.

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Imagem: Nathana Rebouças/Unsplash

Crie senhas fortes, esqueça o tipo ‘senha123’

Dia da Privacidade de Dados: 4 dicas para ajudar a proteger a privacidade digital

Imagem: TheDigitalArtist/Pexels

As dicas para produzir uma senha forte e que seja difícil de ser quebrada incorpora letras maiúsculas, minúsculas, números, símbolos — e que sejam longas (frases podem ajudar a memória). Quanto mais distante dos padrões encontrados no conjunto de senhas adicionadas no serviço ‘Have I Been Pwned?’, melhor. Abandone também a ideia de reutilizá-las em outros serviços.

 

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