“Chernobylite” é um RPG de terror que tem a missão de recriar a cidade de Chernobyl, local que sofreu um acidente nuclear entre 25 e 26 de abril de 1986. Agora, existindo como uma cidade fantasma, o local continua despertando a curiosidade de muitas pessoas.

Para entender como o trabalho da equipe por trás do jogo ocorreu, o site PC Gamer conversou com Wojciech Pazdur, diretor de criação de “Chernobylite”. Ele afirma que a principal abordagem adotada para o projeto foi a fotogrametria, um método em que, a partir de fotos tiradas de um objeto, é possível recriá-lo em 3D.

“A principal vantagem da fotogrametria é que a quantidade de detalhes que se pode capturar é ilimitado. Na criação de conteúdo 3D tradicional, quando os artistas começam a modelagem, eles precisam trabalhar adicionando detalhes a alumas malhas simples. Portanto, quanto mais tempo você gasta criando um modelo, mais detalhes pode adicionar”, explica Pazdur.

E completa: “No caso da fotogrametria, se você conseguir uma câmera boa, você pode capturar muito detalhadamente fotografias; você pode aplicar zoom e capturar quaisquer dados que desejar e, em seguida, incluí-los em seu modelo 3D recriado”.

Ideia inicial para o projeto e realização

Inicialmente, “Chernobylite” seria apenas um documentário em realidade virtual. Isso surgiu do fato que o estúdio por trás do projeto, o The Farm 51, queria recriar a atmosfera intimidadora do local. A ideia era permitir que pessoas pudessem visitar a cidade, que já recebe muita gente durante o ano – seja pela história em si ou pela popularidade da série da HBO -, sem precisar estar fisicamente lá.

Chernobyl

Foto: The Farm 51

Porém, durante o desenvolvimento do documentário, a equipe percebeu que, se eles estavam gastando muito tempo em capturar todos os detalhes da área, eles poderiam fazer um jogo inteiro baseado no local.

Equipe mapeando Chernobyl

Foto: The Farm 51

Por conta disso, em 2017, o The Farm 51, organizou viagens para Chernobyl para não apenas recriá-la para o documentário, mas também para trazer “Chernobylite” à vida.

No entanto, mesmo com a indústria do turismo incentivando as visitas, trabalhar no local está longe de ser uma tarefa simples. Apesar de ser seguro para visitantes, a cidade ainda está contaminada, o que significa que há uma série de regras e protocolos que devem ser seguidos para quem precisa passar períodos relativamente longos.

“Há uma quantidade limitada de dias ou horas que você pode passar em determinados locais. Há muitas pessoas com quem você precisa lidar se quiser fazer algo mais do que apenas visitar por algumas horas”, comenta o diretor.

Além disso, o local é inóspito, o que significa que não há eletricidade e nem internet. O que criava problemas para uma equipe que precisava capturar e processar dados constantemente.

O Farm 51 precisou levar geradores a gás e muitas baterias para continuar funcionando. Isso criou outro problema: há um limite para a quantidade de coisas que é possível levar para Chernobyl. O que obrigou a equipe a pensar muito bem no que carregar.

Temática de Chernobylite

Originalmente, a empresa queria criar um game em que o jogador explorasse Chernobyl e descobrisse uma teoria da conspiração, sem qualquer elemento sobrenatural. A ideia não parecia agradar muito à equipe. Por isso, agora, “Chernobylite” é parte fantasia, com a adição de monstros.

Chernobylite

Foto: The Farm 51

Agora, os jogadores assumem o papel de um físico e ex-funcionário do Chernobyl Power Planet que parte em busca de um ente querido que desapareceu. O game está atualmente em acesso antecipado, mas deve chegar oficialmente em 28 de julho para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S/X, Nintendo Switch e PC.

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