Desde o ano passado, diversos executivos da indústria têm apontado que a crise dos chips ainda será realidade em 2022. Novas previsões até estimaram uma melhora no cenário no segundo semestre, mas é possível que a escassez de componentes possa durar até 2023.

Pelo menos é isso é isso que acredita Sanjay Mehrotra, CEO da Micron — fabricante norte-americana conhecida pela atuação no setor de memórias de computador. Em entrevista à Fox Business, o executivo reforçou o cenário complicado e os esforços feitos pela companhia.

“Há partes da escassez de chips que continuarão a melhorar à medida que avançamos no calendário de 2022 e algumas partes que continuarão [sendo impactadas] em 2023. A Micron segue realizando investimentos necessários para atender ao crescimento da demanda que nossos clientes estão trazendo para nós”, pontuou Mehrotra.

Novo agravante para a crise dos chips

Não bastasse a situação já complicada, novos acontecimentos podem piorar ainda mais o cenário. A China, por exemplo, teve de paralisar diversas fábricas de tecnologia para combater uma nova onda de casos de Covid-19. A lógica é simples: unidades fechadas, menos matéria-prima e menos produtos nas prateleiras.

Mas isso não é tudo. A Micron também revelou que cerca de 50% do gás neon — componente-chave para a produção de semicondutores — vêm da Ucrânia. Isso significa que, com a invasão da Rússia no território, a produção mundial desse elemento foi reduzido pela metade.

Como resultado, é possível que o fornecimento de produtos fique ainda mais comprometido no futuro próximo. Isso sem contar na possibilidade de um aumento de preços nas peças de computadores, oriundo da crise dos chips e dos recentes acontecimentos ao redor do mundo.

A Micron não deve sentir tanto o impacto, devido a ofertas diversificadas e acordos de longo prazo. Mas ela é exceção. De maneira geral, a indústria inteira deverá sofrer com as consequências nos próximos meses. E naturalmente, isso também vai afetar o consumidor.

Via: PCWorld

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