A invasão russa à Ucrânia vai deixar marcas em diversos segmentos. E um deles será o de semicondutores. Sem contar as restrições impostas ao governo de Vladimir Putin, o prolongamento do conflito no leste europeu deve piorar (ainda mais) o já complicado cenário de crise dos chips.

Mais conflitos, menos semicondutores para os EUA…

A lógica é relativamente simples. Segundo a empresa de pesquisa Techcet, a Ucrânia fornece aos Estados Unidos mais de 90% de um gás integral usado na fabricação de semicondutores. A Rússia, por sua vez, abastece o país norte-americano com 35% de paládio, metal também utilizado na produção dos componentes.

Logo, especialistas temem que a guerra deve impactar a indústria global do setor no longo prazo. Relatos vindos diretamente da Ucrânia já revelaram que o abastecimento local de combustível e alimentos está ameaçado. O mesmo deve ser visto na via inversa, de exportação, envolvendo outros produtos.

Embora a Associação da Indústria de Semicondutores (SIA) argumente que o setor de semicondutores possui um conjunto diversificado de materiais e gases-chave e acredite que não haja riscos imediatos, não é difícil prever novos problemas com o prolongamento do conflito.

Países do mundo todo continuam sofrendo com a escassez de chips, mesmo com os planos de investimentos recentes. Eliminar dois fornecedores da cadeia de fornecimentos significaria mais um revés para o segmento.

… e para a Rússia

Naturalmente, a decisão de Putin de invadir a Ucrânia também trará consequências para a Rússia. Na última quinta-feira (24), o Departamento de Comércio norte-americano já anunciou que vai bloquear exportações de material tecnológico — incluindo softwares e semicondutores — aos russos.

Embora a ideia do governo dos EUA seja de reduzir a capacidade militar da Rússia, chips e semicondutores são usados em praticamente todos os produtos: desde eletrodomésticos até carros. Ou seja, além de impactar o setor de defesa, a medida deve afetar toda a economia do território de Putin.

Vale lembrar que essa é apenas uma das sanções declaradas. Diversas outras restrições já foram anunciadas à Rússia e incluem bloqueios de investimentos com instituições financeiras do país, boicotes a membros do governo, limitações sobre dívida nacional, entre outras medidas.

Via: VentureBeat/Mobile Time

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